O núcleo artístico do Rio Grande do Norte apresenta os espetáculos  “Corpos Turvos,” “Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome” e “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão”.

O Coletivo CIDA (RN) realiza, entre os dias 22 e 25 de agosto, no Sesc Santo Amaro, em São Paulo, a apresentação das três peças da Trilogia em Dança-Tragédia, pela primeira vez juntas no estado. Os espetáculos contam com acessibilidade comunicacional, incluindo interpretação em LIBRAS e audiodescrição.

O Coletivo Independente Dependente de Artistas (CIDA) é um núcleo artístico de dança contemporânea, fundado em 2016 por artistas emergentes e pluriétnicos, com e sem deficiências, provenientes de diversas regiões do Brasil e radicados em Natal, no Rio Grande do Norte.

A trilogia é assinada pelo coreógrafo René Loui, com a interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior (SC), renomada pesquisadora da dança. O trabalho, com pesquisa iniciada em 2019 e estreia presencial em 2021, já percorreu diversas cidades, incluindo Natal, Recife, Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, além de ter sido apresentado na França. O elenco é formado por artistas que são referências nas artes cênicas do Rio Grande do Norte: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araujo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira.

Foto: Renato Mangolin

Para o produtor do CIDA, Arthur Moura, é uma alegria ver o trabalho do Coletivo rompendo barreiras e ocupando novos espaços: “Mais uma vez, o Coletivo CIDA rompe os limites geográficos do Rio Grande do Norte, levando suas apresentações para fora da região onde foi fundado. Realizar essa circulação no Sudeste é extremamente significativo para nós, pois reafirma que estamos no caminho certo em relação à nossa filosofia artística, missão e visão enquanto grupo. Promover espetáculos acessíveis que abordam temáticas relevantes para a sociedade contemporânea possibilita um pensamento crítico por meio da dança. Fazer isso além das fronteiras de Natal e do Rio Grande do Norte é um imenso orgulho para todos nós.”

A primeira obra da trilogia, “Corpos Turvos,” é um chamado à consciência sobre a visibilidade e valorização de todos os corpos, principalmente aqueles frequentemente marginalizados. Em “Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome,” aborda-se a arte como um espaço de liberdade e questionamento, inspirando-se nas poesias de Stella do Patrocínio, uma poeta preta brasileira que ganhou reconhecimento somente após sua morte, depois de passar mais de trinta anos de confinamento na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro.

O ato final da trilogia é intitulado “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão” e propõe uma reflexão sobre os limites entre arte e insanidade na sociedade, tendo como referência a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário. Bispo, um homem preto e artista plástico nordestino, é considerado um gênio por alguns e louco por outros. O espetáculo insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito, e os limites entre a insanidade e a arte na sociedade.

Nos dias 22 e 23 de agosto, quinta e sexta-feira, será apresentado o espetáculo “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão” às 20h. No dia 24, sábado, será a vez de “Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome” às 19h, e no dia 25 de agosto, domingo, o espetáculo “Corpos Turvos”, às 18h30min. Os ingressos custam R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 12 (credencial Sesc) e serão disponibilizados uma semana antes, com vendas presenciais e on-line. Além disso, no dia 24, sábado, entre 11h e 13h, o Coletivo ministrará a Oficina Práticas Performativas na Dança no Sesc Santo Amaro, de forma gratuita, as vagas são limitadas e as inscrições acontecem 30 minutos antes.

Foto: Renato Mangolin

Dança potiguar no Sudeste

Além das apresentações no Sesc Santo Amaro, o CIDA realizará apresentações em dois importantes eventos: a abertura da MIDsp 2024 – Mostra Internacional de Dança de SP, no dia 27 de agosto, com o espetáculo “Corpos Turvos” no Itaú Cultural, e a abertura do Ocupa Dança 2024, em Juiz de Fora (MG), com apresentações nos dias 28 e 29 de agosto, exibindo a Trilogia em Dança-Tragédia no Cine Theatro Central.

“Estamos muito felizes com a oportunidade de finalmente realizar a circulação com a trilogia completa! É um misto de energias gigantescas, pois, além de ser a primeira circulação oficial com os três trabalhos juntos, ela vai encerrar na minha cidade de origem! Será a realização de um sonho exibir o trabalho do Coletivo CIDA para as pessoas que me viram crescer na dança: amigos, familiares e tantos outros profissionais que, assim como eu, se profissionalizaram na dança em Juiz de Fora. Esta circulação vai ser incrível!”, declara René Loui, diretor artístico, intérprete e coreógrafo da Trilogia.

Todas as informações sobre o CIDA podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do coletivo. acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocida ou acesse: coletivacida.com.br