Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Piauí foi classificado em 18º lugar no Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), uma ferramenta criada no início de agosto pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial  (INPI) para medir o quão inovador é cada estado do Brasil. Com uma pontuação de 0,160, o estado ficou à frente de Tocantins, Pará, Alagoas e Maranhão, mas ainda tem muito espaço para crescer em comparação com os líderes do ranking, como São Paulo, que conquistou a primeira posição com 0,891 pontos.

O IBID usa uma escala que vai de 0 a 1 para medir o nível de inovação dos estados. Essa pontuação é formada a partir de 74 indicadores diferentes, divididos em sete pilares que incluem Instituições, Capital Humano, Infraestrutura, Economia, Negócios, Conhecimento e Tecnologia, e Economia Criativa. Cada um desses pilares avalia aspectos específicos, como a qualidade da educação, a infraestrutura disponível, a capacidade de gerar novos conhecimentos e o ambiente de negócios.

O Piauí teve um desempenho mediano com destaque positivo em três aspectos. No pilar Economia, que avalia questões como o volume de crédito e financiamento voltados à inovação, bem como o investimento e despesas públicas em ciência e tecnologia, o estado ficou em 11º lugar, com uma nota de 0,300, superando estados como Ceará, Pernambuco e Paraíba. 

No pilar de Instituições, o Piauí ficou em 14º lugar, o que indica que o estado tem uma boa base institucional para suportar inovações. Já no pilar de Infraestrutura, que mede aspectos como a qualidade da comunicação e o acesso à energia elétrica, o estado aparece em 17º lugar, com uma nota de 0,371. Dentro da Infraestrutura, são analisados  aspectos voltados à sustentabilidade dos sistemas de inovação e gestão ambiental, sendo o Piauí (17º) um dos quatro estados nordestinos que se destacou neste subindicador, ficando a frente do Ceará (24º) e atrás somente do Rio Grande do Norte (11º) e da Bahia (13º). 


Por outro lado, a pontuação foi baixa em áreas como Capital Humano (22º lugar) e Negócios (19º lugar), o que mostra que ainda há desafios na formação de talentos e no fomento à inovação dentro das empresas locais.


O resultado do novo índice apresenta semelhanças com rankings de inovação anteriores, como o Índice FIEC de Inovação dos Estados, divulgado no final de 2023. Nos dois índices, o Piauí apresenta um desempenho relativamente positivo em termos de infraestrutura, o que reflete um bom desempenho ao considerar as condições necessárias para apoiar a inovação, como acesso à tecnologia e comunicação.

Assim como no IBID, um dos pontos fortes do Piauí no índice FIEC foi a Sustentabilidade Ambiental, onde o estado alcançou a 8ª posição. Esse resultado compatível mostra que o estado tem investido em práticas que promovem um equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente.

No entanto, um dos maiores desafios identificados em ambos os rankings é a capacitação do capital humano. No Índice FIEC, o Piauí se encontra na 26º posição. Isso reflete uma grande dificuldade em formar profissionais qualificados, o que também se reflete no IBID, onde o estado teve um desempenho fraco no pilar de Capital Humano.

Outro ponto de comparação importante é o ambiente empreendedor. No Índice FIEC, o Piauí apresentou um desempenho abaixo do esperado, com queda significativa na quantidade de startups, algo que indica um ambiente menos propício para o surgimento de novas empresas. No IBID, apesar de não haver um indicador idêntico, o fraco desempenho nos pilares de Negócios e Economia reflete a mesma dificuldade em fomentar um ambiente inovador e competitivo.


De modo geral, mesmo com a 18ª posição no ranking nacional do IBID, o Piauí se encontra em uma situação melhor do que alguns outros estados do Norte e Nordeste


No entanto, para avançar no ranking e aumentar sua capacidade de inovação, é preciso investir mais em educação, infraestrutura tecnológica, e apoio ao desenvolvimento de negócios inovadores.

Sobre o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID)

O IBID foi criado seguindo a metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), desenvolvido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Desde sua primeira publicação em 2007, o IGI se estabeleceu como o principal indicador global de inovação, avaliando 132 países com base em suas potencialidades e desafios. Na edição de 2023, o Brasil alcançou a 49ª posição no ranking mundial e liderou o ranking regional da América Latina e Caribe, avançando cinco posições em comparação ao ano anterior.

O IBID oferece uma análise do desempenho inovador nas cinco Grandes Regiões do Brasil e nas 27 Unidades da Federação, destacando os líderes em inovação tanto em nível nacional quanto regional. O índice classifica estados e regiões considerando os resultados e os fatores que influenciam o processo de inovação.

Seu principal objetivo é mapear potencialidades e desafios regionais para a inovação, apoiando a formulação de políticas públicas e estratégias empresariais direcionadas ao desenvolvimento inovador.

Fonte: Piauí Negócios