Nesta semana, o Chile renovou a autorização para que propriedades e casas de embalagens no Rio Grande do Norte possam exportar melão e melancia durante a safra 2024/25. Além de reconhecer a qualidade e segurança fitossanitária dos frutos, a medida fortalece a fruticultura do Estado nos países vizinhos, sobretudo no período de entressafra da Europa, aponta o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e da Pecuária (Sape), Guilherme Saldanha. A expectativa do Governo é que a safra 2024/25 tenha aumento de 116% em relação à temporada anterior.
Um dos principais fatores que permitiu essa relação comercial é o reconhecimento da área do estado como “livre da mosca-das-frutas”, uma praga que pode comprometer a qualidade dos frutos. O monitoramento é encabeçado pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn). O Rio Grande do Norte possui uma forte presença no mercado internacional, com exportações para países como Espanha, Países Baixos, Inglaterra, China, Estados Unidos, Argentina, Portugal, Dubai e Malásia, entre outros.
Guilherme Saldanha vê a renovação da parceria como um importante passo para a expansão das importações do Estado. “A América do Sul virou um grande comprador de frutas, nozes, principalmente Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai. Isso ocorre porque no período do nosso inverno, que coincide obviamente com o inverno deles, eles não conseguem produzir as frutas por causa do frio, neve, gelo. É a nossa entressafra do mercado europeu, americano e canadense, então ficou um mercado muito interessante”, aponta.
E para isso, explica Saldanha, é necessário o selo de “livre da mosca-das-frutas”. “Sem isso eles não compram, necessariamente o melão tem que vir da área livre dessa praga, que só quem tem somos nós e um pedaço do Ceará. É muito importante esse controle, esse monitoramento, que é um trabalho feito junto com o Governo do Estado, através do Idiarn, juntos com os produtores e exportadores de frutas. É um trabalho fundamental para o sucesso de nossas frutas”, completa.
Essa área, livre da praga, abrange os municípios de Assu, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Areia Branca, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Ipanguaçu, Mossoró, Porto do Mangue, Serra do Mel, Tibau e Upanema. “O Rio Grande do Norte se tornou, ao longo dos últimos 10 anos, um grande exportador de frutas e desde 2019 se consolida como um dos três maiores exportadores de frutas do Brasil. Isso é muito importante porque são vários empregos, geração de renda e diversas fronteiras internacionais que se abrem”, conta.
O trabalho do Idiarn consiste em operações de barreiras fixas e móveis, fiscalização das boas práticas fitossanitárias pelos produtores de cucurbitáceas (família de plantas com frutos, como melões, pepinos e jerimuns), fiscalização do comércio interno e emissão de um certificado fitossanitário de origem (CFO).
A safra de frutas 2024/25 foi lançada na última segunda-feira (26) e a previsão é de que o volume exportado tenha um aumento de 116%, em comparação com o ano passado, passando das 60 mil toneladas embarcadas na safra 2023/24 para 130 mil toneladas nesta temporada. As projeções são da Agrícola Famosa, que investiu R$ 30,5 milhões na melhoria do Porto de Natal, e ocupa parte do espaço deixado pela CMA CGM. Com o incremento, o Rio Grande do Norte volta a exportar frutas em contêineres para centros importantes da Europa, como Espanha, Países Baixos e Inglaterra.
Fonte: Tribuna do Norte