A Convenção Nacional do Comércio Lojista realizada em Balneário Camboriú, Santa Catarina, reuniu mais de 03 mil empresários de todo Brasil no período de 18 a 22 de setembro. O presente e o futuro, assim como os impactos da tecnologia e das redes sociais nos negócios foram alguns dos temas que se destacaram, nesta que foi uma verdadeira imersão no varejo brasileiro e mundial. A Queridinha do Comércio, Luciana Tito, esteve no evento e traz alguns apontamentos.
Muitos dados e reflexões foram apresentados. No painel “Inovação e tecnologia: o futuro do varejo ”, liderado por Guga Schifino, especialista em inovação e conselheiro executivo da Linx foi pontuado que o cenário atual exige que os varejistas compreendam o comportamento do consumidor, especificamente da Geração Z, público altamente engajado e influenciado pelo ambiente digital. “É fundamental fidelizar seus clientes e desenvolver experiências personalizadas”, contou.
As tecnologias estão remodelando os processos de cadeia de suprimentos, controle de estoques e até a forma como os consumidores interagem com os produtos. “Segundo estudos, hoje, 82% das vendas de lojas físicas provêm da iniciativa de um valor digital. Não se trata mais do fim da loja física e sim do novo papel dela. Guga Schifino ressaltou ainda que o futuro do comércio é conversacional e preditivo. A capacidade de coletar, analisar e agir com base em dados está se tornando um diferencial competitivo. “Empresas que utilizam dados para entender o comportamento de compra criam estratégias de marketing mais eficazes, otimizam estoques e oferecem uma experiência de compra mais personalizada”, pontua.
A relação varejo e rede social foi abordada por Daiane Quesada, gerente de indústria da Meta , empresa controladora de redes como Facebook , Instagram e WhatsApp. Ela lembrou que as redes sociais evoluíram de ferramentas simples de comunicação para poderosos motores de vendas e engajamento e apresentou números que comprovam a relevância da rede para o varejo. 73% dos consumidores lembram de ter visto algum anúncio de marca durante a temporada de compras em 2023 (Black Friday clico natalino″, destacou a especialista. Ela ainda completou que 40% dos consumidores fazem lista de compras nas lojas de preferências, 33% seguem perfis de promoções no Instagram, 31% usam sites de monitoramento de preços e 24% acompanham resenhas e avaliações de criadores de conteúdo.
Ficou muito claro para todos os participantes a necessidade de se entender esse novo varejo, que está cada vez mais acelerado, digital, e com consumidores que interagem com as marcas a cada segundo. Trata-se de uma mudança estrutural que começa com a forma como as empresas entendem seus processos, atendem os consumidores e integram tecnologias para criar uma experiência de compra mais fluida e eficiente. Os painelistas destacaram que a integração de diferentes canais de venda, o uso de tecnologias como inteligência artificial, self checkouts e pagamento digital proporcionaram maior experiência de compra ágil, eficiente e fluida aos consumidores e isso é um caminho sem volta.
A digitalização do segmento varejista tem sido um tema recorrente neste tipo de evento, e que sempre gera conexão com os participantes. Fabio Neto, Chief Strategy Officer (CSO) da Start Se, afirmou que o cliente não possui setor. “O cliente não é varejista, automobilístico e da indústria. O cliente é direcionado pela confiança ou decepção de uma marca. O cliente tem a expectativa de que suas dores sejam sanadas, e é nesta solução dos problemas que o varejista tem de se concentrar”.
Fábio abordou ainda o imediatismo do consumidor atual e ressaltou que isso não pode interferir na qualidade do produto e serviço oferecido. “O varejo é posicionado pela qualidade do atributo. Hoje, ninguém quer mais esperar. Por exemplo, as lojas estão 4x mais abertas que antigamente”. O conceito de omnicanalidade não apenas facilita a vida do cliente, mas também traz ganhos operacionais para as empresas. Estudos apontam que varejistas que inovam e integram efetivamente seus canais aumentam suas vendas em até 20% e melhoram a retenção de clientes em 30%.
O painel “Construindo um varejo inteligente” reforçou que a transformação digital não é mais uma tendência futura, mas uma realidade presente que está moldando o setor. As empresas que investem para oferecer uma experiência de compra mais personalizada, eficiente e integrada, conquistando a fidelidade dos consumidores em um mercado cada vez mais competitivo.