Especialista alerta que a falta de informação e acesso adequado a métodos contraceptivos contribui para a alta taxa de gravidez não planejada

Desde 2007, o Dia Mundial da Contracepção é celebrado em 26 de setembro, com o objetivo de promover o acesso a métodos contraceptivos eficazes, além de reforçar a importância da saúde reprodutiva. No Brasil, a data é uma oportunidade para discutir questões urgentes, como a alta incidência de gravidez não planejada e o aumento de casos entre adolescentes.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2021 pela Bayer em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), mais de 60% das mulheres entrevistadas já passaram por ao menos uma gravidez não planejada.

Entre essas mulheres, um percentual preocupante são adolescentes que ainda estão em fase de desenvolvimento físico e psicológico. No Rio Grande do Norte, os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), tabulados pelo Datasus, revelam que entre 2018 e 2021, 27.255 crianças nasceram de meninas entre 10 e 19 anos.

Para Robinson Dias, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn), os números são um alerta para a necessidade de intensificar ações de educação sexual. “Esses dados mostram a urgência de reforçarmos programas de saúde e educação voltados para adolescentes, garantindo que tenham acesso a informações claras sobre contracepção e planejamento familiar. Somente com políticas públicas eficazes conseguiremos reduzir esses índices preocupantes”, afirma.

Em relação às medidas de prevenção, o especialista adverte, “o acompanhamento médico individualizado é fundamental para garantir que cada mulher compreenda qual método contraceptivo é mais adequado às suas necessidades e condições de saúde. Existem diversas opções, desde pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos (DIU) até métodos injetáveis e de barreira, cada um com suas particularidades. Porém, a falta de informação clara sobre o funcionamento, a eficácia e os possíveis efeitos colaterais de cada método contribui significativamente para o aumento dos casos de gravidez não planejada”, finaliza.