Lançado a partir de 2009, Coco de Roda é o selo de livros infantis da Imprensa Oficial Graciliano Ramos voltado para a publicação de obras que valorizam a cultura alagoana. Conta, atualmente, com pouco mais de 30 livros, todos assinados por autores e ilustradores nascidos ou radicados em Alagoas, que abordam temas sobre o folclore, a cultura, tradições e histórias do estado.

Com foco no desenvolvimento cultural e educacional, a coleção busca incentivar a leitura e promover a identidade local ao utilizar uma linguagem acessível e lúdica para aproximar as crianças das tradições populares alagoanas.

As ilustrações coloridas e narrativas fazem parte da construção de conversas com o universo infantil. Na coleção estão presentes livros como O segredo do rio Mundaú, O que só as minhocas podem ver? e Pescando histórias à beira-mar.

Em O que só as minhocas podem ver?, a autora Luana Teixeira desbrava as terras penedenses através da aventura das minhocas Jurema e Xinoca em solo subterrâneo, e traz a história da ocupação de Penedo pelos holandeses e portugueses, no século 17.

O segredo do rio Mundaú, escrito por Sara Albuquerque, narra a luta de Zumbi para libertar o povo negro da escravidão. A história, que se passa na Serra da Barriga, em União dos Palmares, retrata a amizade de Zumbi com a sereia Iara, uma lenda muito popular presente no folclore brasileiro.

Um passeio por velhas lendas contadas no litoral alagoano, Pescando histórias à beira-mar, de Daniel Libardi e Adélia Souto, mergulha o leitor nas lendas contadas pelos pescadores das vilas alagoanas, histórias que são passadas de pai para filho nas comunidades que têm a pesca como principal fonte de renda.

A escritora Luana Teixeira destaca que o público infantil de Alagoas deve conhecer a história do estado. “Uma das metas ao escrever o livro é despertar o interesse das crianças para a cultura alagoana, não apenas do presente como também do passado, e o patrimônio arqueológico existente em Alagoas, não apenas aquele associado à colonização europeia, mas também dos povos originários. O estado tem um solo arqueológico muito rico. Apresentar para as crianças esse patrimônio de forma literária busca envolvê-las desde cedo com esses bens, para que elas possam se tornar atentas a esse patrimônio e protegê-lo”, afirma Luana.

A autora ainda fala das diferenças de escrever um livro voltado para as crianças. “A escrita para o público infantil é mais leve e suave. Envolve um exercício grande de abstração, de envolvimento com a linguagem e as imagens próprias dos pequenos, o que é um grande desafio, mas tem um lado lúdico puro que não consigo alcançar em outras escritas literárias”, acrescenta.