Os artistas de Fortaleza estão bem abastecidos quando o assunto é formação. Existem cursos de graduação, de curta ou longa duração e outras modalidades em diversas linguagens artísticas e diferentes instituições. Ainda assim, quem gostaria de se tornar técnico em Programação de Jogos Digitais ou em Teatro não tinha onde se formar até então. No dia 4 de novembro, tem início as primeiras turmas dos cursos técnicos nessas áreas da cidade de Fortaleza.
Com oferta de bolsa-auxílio no valor de R$ 2.000,00 para cada estudante, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) lançou a Chamada Pública para os cursos técnicos em Instrumento Musical, Teatro, Programação em Jogos Digitais e Dança durante o mês de setembro. Reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), as formações são gratuitas e realizadas por meio da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, com o intuito de capacitar jovens e adultos para o mercado de trabalho.
Para receber os futuros técnicos, o equipamento realiza um evento de abertura dos Cursos Técnicos da Escola de Cultura e Artes do CCBJ na próxima segunda-feira, 4 de novembro, a partir das 18h. O evento conta com DJ set Baile da Negona na programação, além de um momento de partilha das expectativas dos alunos, apresentação dos professores, espaço instagramável e outras atrações. A ocasião prevê a recepção de aproximadamente 80 estudantes.
“A comunidade [do Grande Bom Jardim] tinha uma demanda de cursos mais longos, mais aprofundados”, diz Henrique Gonzaga, gerente da Escola de Cultura e Artes do CCBJ. Ele conta que a movimentação para implementar as formações técnicas foi iniciada em 2017, com a experiência dos cursos extensivos em Audiovisual, Cultura Digital, Teatro e Música. As formações mais longas já buscavam atender à demanda daqueles que frequentam o equipamento.
A cantora, compositora e atriz Lia Maia, 42, é formada pelo Extensivo em Música do Centro Cultural Bom Jardim. Mas isso não impediu a artista de buscar uma vaga no Curso Técnico de Música. “Minha motivação foi a oportunidade de me aprofundar no estudo de um instrumento musical e consequentemente ter habilitação em violão. A chancela de curso técnico e as práticas de conjunto específicas é o diferencial entre os cursos”, conta a artista.
Lia Maia também tem expectativas de que a formação traga mais oportunidades de ministrar oficinas e cursos na área da música. “A certificação irá possibilitar facilitação de oficinas e cursos para determinadas organizações e instituições, além de ampliar o leque na oferta de oficinas e cursos livres”, revela. A relação da formação técnica com o universo profissional não é exclusividade dos planos da artista. A demanda por profissionalização nas artes foi outro fator determinante na implementação dos cursos técnicos no CCBJ.
“Antes a gente tinha pequenos cursos que não se aprofundavam muito dentro das linguagens, aí a comunidade começou a trazer que precisava de cursos mais longos, mais aprofundados, que também dialogassem com os espaços profissionais”, afirma Henrique Gonzaga. Para o gerente, a implementação deste novo eixo formativo da Escola de Cultura e Artes tem também o papel de fortalecer a cena cultural e artística da cidade.
Professores ativos
Conforme Henrique Gonzaga, uma das preocupações na elaboração dos cursos técnicos foi a designação de professores ativos nas produções de suas respectivas áreas, a fim de que a formação também seja “um ponto de ligação entre aluno e a cena da música, do teatro, dos jogos e da dança atuais”. “Pensar os técnicos é pensar na produção artística e cultural da cidade e do estado”, afirma o gerente da Escola de Cultura e Artes do CCBJ.
A Escola de Cultura e Artes é um dos setores do Centro Cultural Bom Jardim, responsável pela oferta de formações artísticas gratuitas em diferentes linguagens e eixos formativos. O setor é formado pelos Programas de Audiovisual, Dança, Cultura Digital, Teatro, Acessibilidade e Música. Além dos técnicos e extensivos, a Escola trabalha com Cursos Básicos, Ateliês de Produção e Laboratórios de Pesquisa.