Evento reúne gestores de 12 estados e representantes do Sebrae Nacional para definir diretrizes do Polo de Energias Renováveis para o triênio 2025-2027
Os avanços e desafios do setor de energias renováveis, com foco nos pequenos negócios, estão em pauta na Reunião dos Interlocutores Estaduais do Polo Sebrae de Energias Renováveis, iniciada nesta terça-feira (12) e que se estende até quinta-feira (14). O evento nacional reúne gestores de Energia de 12 estados do Brasil, além de representantes do Sebrae Nacional. O objetivo é elaborar um projeto com diretrizes para as ações do Polo para o triênio 2025-2027. O novo projeto será submetido ao Sebrae Nacional no primeiro semestre de 2025.
Além da avaliação e planejamento, o encontro promove a troca de boas práticas, destacando cases de Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Bahia, que desenvolveram estratégias locais de sucesso para engajar e capacitar empresários, conectando-os à inovação e tecnologia. Também participam do encontro gestores dos projetos Sebrae de Energia dos estados de Pernambuco, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe e o Rio Grande do Norte.
Entre as questões discutidas, Lorena Roosevelt, gestora do Polo Sebrae de Energias Renováveis, destaca a análise do setor, que enfrenta transformações rápidas e profundas em tecnologia, regulamentação e modelos de negócios. “Nosso desafio agora é mapear essas mudanças e convertê-las em soluções para os pequenos negócios. Isso inclui temas emergentes como hidrogênio verde, eólica offshore, mobilidade elétrica, descarbonização, mudanças climáticas e veículos elétricos”, destaca. Para isso, ela ressalta a necessidade de identificar as oportunidades que esses mercados oferecem e preparar os empresários com as competências necessárias para competir.
Outro ponto crítico, segundo Lorena, é ampliar o engajamento e a representatividade do Polo no setor. “Afinal, 90% dos negócios de energia são pequenos, e o Sebrae é o legítimo representante desses empreendimentos. Precisamos garantir que o Polo participe das esferas de tomada de decisão — sejam ministérios, agências reguladoras como a ANEEL ou instituições de pesquisa — para que os pequenos negócios tenham voz e consigam capturar mais valor em um setor tão dinâmico”, ressalta. Também será incluído no planejamento o fortalecimento do associativismo.
“O Sebrae reconhece a importância da transição energética como uma necessidade global, especialmente em resposta às mudanças climáticas, e destaca o papel das pequenas empresas nesse processo”, frisa Carolina Moraes, analista de Competitividade do Sebrae Nacional. Ela explica que a instituição adota duas frentes de atuação: a primeira, “energia para todos”, busca reduzir o custo da energia, um dos maiores gastos das pequenas empresas, por meio de alternativas como o Mercado Livre e a geração própria. A segunda frente, “oportunidade para muitos”, é representada pela Trilha Solar, que capacita integradoras de energia solar para torná-las mais competitivas.
Distrito Federal: case de sucesso
Como proposta de networking durante a reunião, gestores de várias regiões do país discutem a avaliação das ações realizadas e projetam soluções que atendam às diferentes realidades regionais. Uma das ações apresentadas foi do Programa de Desenvolvimento da Energia Solar do Distrito Federal, em que Milena Sabino, gestora do programa, detalhou a atuação no estado.
De acordo com Milena, o Sebrae no Distrito Federal iniciou uma governança envolvendo diversas instituições para mapear e entender o mercado de energia solar antes de iniciar suas ações de atendimento. Focando em quatro eixos — políticas públicas, densificação e ampliação de mercado, e governança setorial —, em 2024, foi lançado o Programa de Desenvolvimento da Energia Solar do DF.
Em parceria com o Polo de Energias Renováveis, foi aplicada a metodologia da Trilha Solar, capacitando consultores e empresários por meio de seminários, Solar Talk e o Lab Day. O programa promoveu eventos como o Dia Mundial da Energia, um fórum realizado junto com a Intersolar, e visitas técnicas a usinas. Para 2025, o objetivo é expandir essas ações, fortalecendo ainda mais o setor de energia solar por meio da colaboração contínua com o Polo.