Nos primeiros quatro dias da programação gratuita, oferecida pela Prefeitura do Recife, serão apresentadas 19 sessões de 13 espetáculos. Entre eles, grandes estreias como “Traidor”, com Marco Nanini, um dos homenageados desta 23ª edição, e “Édipo REC”, do Grupo Magiluth

A partir desta quinta-feira (21), entra em cartaz na cidade o 23º Festival Recife do Teatro Nacional, para encher ruas e palcos de emoção e aplausos, numa grande celebração às mais diversas estéticas e temáticas, vozes e protagonismos, gêneros e gerações das artes cênicas recifenses e de todo o Brasil. Até 1º de dezembro, serão apresentados 31 espetáculos, 13 nacionais e 18 locais, além de cinco oficinas e mais uma robusta programação de rodas de diálogo, vivências, performances e debates.

Assim como na edição passada, os ingressos serão solidários, trocados por 1kg de alimento nas bilheterias dos teatros, antes das sessões. Cada pessoa poderá retirar até dois ingressos. A ação é uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas do Recife.

Só nos quatro primeiros dias de evento, de quinta a domingo (24), a maratona cênica, realizada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, apresentará 19 sessões de 13 espetáculos. Entre os grandes destaques dos primeiros dias de Festival está “Traidor”, texto escrito por Gerald Thomas para o ator Marco Nanini, um dos homenageados desta 23ª edição do Festival, que fala sobre o ofício do teatro a partir da perspectiva de um ator que acredita viver e ser a soma de todos os personagens da história das artes cênicas. O espetáculo será apresentado pela primeira vez na cidade em três sessões, nos dias 21, 22 e 23, no Teatro do Parque. A primeira sessão terá 40% dos ingressos destinados a convidados, entre atores e grupos do próprio Festival.

Outros destaques nacionais ficam por conta dos espetáculos “2Mundos”, da Lumiato Formas Animadas, do Distrito Federal, de manipulação de objetos, e “Rei Lear”, da Cia. Extemporânea, de São Paulo, que transporta a tragédia clássica shakespeariana para a linguagem drag contemporânea. Ambos serão apresentados no sábado (23), nos teatros Apolo e Santa Isabel, respectivamente. Rei Lear terá uma segunda sessão no domingo (24).

Entre os espetáculos locais, a estreia mais aguardada será “Édipo REC”, montagem ainda inédita no Recife do celebrado grupo Magiluth, que subirá ao palco do Teatro Luiz Mendonça na sexta e no sábado (22 e 23). Outras montagens locais de destaque são “Antígona – A Retomada”, com Márcia Luz, e “Mulheres de Nínive”, solo novo da atriz Nínive Caldas, que serão apresentadas no sábado e no domingo, ambas no Hermilo.

Transformando tudo em palco e fazendo a cidade inteira pulsar teatro, o Festival já começa alcançando os parques da Macaxeira, da Tamarineira e a Rua da Aurora, nas imediações do colégio Ginásio Pernambucano. Nos dois parques, será encenado o espetáculo “As Charlatonas”, da Trupe-Açu Cia de Circo, do Tocantins, no sábado e no domingo, que oferecerá a solução para todos os problemas do mundo no tabuleiro de duas palhaças cheias de truque e graça. Ainda no domingo, a Rua da Aurora recebe a montagem Sinapse Darwin, da Cia. Casa de Noé, do Rio Grande do Norte, que fala sobre Darwin e sua teoria da origem das espécies com cenário engenhoso e grandioso.

Até o dia 1º, a programação, construída a partir de edital e avaliação de pareceristas nacionais, ainda garantirá muitas e fortes emoções, promovendo, entre outros feitos, o reencontro das plateias do Recife com grupos como o Armazém Cia. de Teatro, do Rio de Janeiro, que há alguns anos não vem à cidade; além de momentos que prometem ficar marcados para sempre na trajetória do festival, como as duas apresentações da peça “Não me Entrego, Não”, protagonizada por ninguém menos que o ator Othon Bastos, aos 91 anos de idade e 71 anos de carreira.

Homenageados – Além de Marco Nanini, ator, autor, produtor teatral e dramaturgo nascido em Pernambuco e celebrado no mundo todo, pela profícua trajetória de 60 anos dedicados às artes cênicas, o festival rende homenagem também a Ivonete Melo, que começou a carreira como bailarina e se fez atriz dentro do grupo Vivencial de Olinda, fazendo história na cena pernambucana. Foi lá que aprendeu também a ser militante da arte e da classe, que tão bem representou em mais de 20 anos à frente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão no Estado de Pernambuco (Sated-PE).

offREC – A grande novidade da programação deste ano é a mostra offREC, que acontecerá de 25 a 30 de novembro, no Teatro Hermilo, confirmando-se um ambiente pedagógico, de discussão cênica e de aproximação com a academia e os criadores locais, para iniciantes e experimentados nos ofícios cênicos, com experimentações, espetáculos ainda em processo e discussões propostas por artistas da cena. A ideia é oferecer uma programação intensa, pela manhã, tarde e noite, transformando o Teatro Hermilo num espaço de circulação permanente e num ponto de encontro para os fazedores e amantes do teatro.

23º FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL

De 21 de novembro a 1º de dezembro

QUINTA-FEIRA (21)

Teatro do Parque

19h30 – Traidor, com Marco Nanini – Direção Gerald Thomas (RJ)

SEXTA-FEIRA (22)

Teatro Barreto Júnior

15h – Palhaçadas – História de um Circo sem Lona, da Cia. 2 Em Cena (PE)

Teatro Hermilo Borba Filho

18h – Cara do Pai, do Coletivo Opte (PE)

Teatro Luiz Mendonça

20h – Édipo REC, do Magiluth (PE)

Teatro do Parque

20h – Traidor, com Marco Nanini – Direção Gerald Thomas (RJ)

Teatro Apolo

20h – Eu no Controle, da Cia da Baju (PE)

SÁBADO (23)

Parque da Macaxeira

17h – As Charlatonas, da Trupe-Açu Cia. de Circo (TO)

Rua da Aurora (em frente ao Ginásio Pernambucano)

18h – Sinapse Darwin, da Cia. Casa de Zoé (RN)

Teatro Hermilo Borba Filho

18h – Antígona – A Retomada, da Luz Criativa (PE)

Teatro Apolo

19h – 2 Mundos, da Lumiato Formas Animadas (DF)

Teatro de Santa Isabel

20h – Rei Lear, da Cia. Extemporânea (SP)

Teatro do Parque

20h – Traidor (RJ), com Marco Nanini – Direção Gerald Thomas (RJ)

Teatro Luiz Mendonça

20h – Édipo REC, do Magiluth (PE)

DOMINGO (24)

Teatro do Parque

16h – Hélio, o Balão que não consegue voar, do Coletivo de Artistas (PE)

Parque Tamarineira

17h – As Charlatonas, da Trupe-Açu Cia. de Circo (TO)

Teatro Apolo

17h – Frankinh@, do Coletivo Gompa (RS)

Teatro Hermilo Borba Filho

18h – Mulheres de Nínive, com Nínive Caldas (PE)

Rua da Aurora (em frente ao Ginásio Pernambucano)

18h – Sinapse Darwin, da Cia. Casa de Zoé (RN)

Teatro de Santa Isabel

20h – Rei Lear, da Cia. Extemporânea (SP)

SEGUNDA-FEIRA (25)

Teatro Apolo

20h – Instinto, do Coletivo Gompa (RS)

TERÇA-FEIRA (26)

Teatro do Parque

19h – Não me entrego não, com Othon Bastos (RJ)

QUARTA-FEIRA (27)

Teatro Barreto Júnior

15h – Malassombros – Contos do Além Sertão, do Grupo Teatro de Retalhos (PE)

Teatro do Parque

19h – Não me entrego não, com Othon Bastos (RJ)

QUINTA-FEIRA (28)

Teatro Apolo

20h – Kalash – Ensaio sobre a Extinção do Outro, do Coletivo Opte (PE)

SEXTA-FEIRA (29)

Teatro Luiz Mendonça

20h – Inacabado, do Grupo Bagaceira (CE)

SÁBADO (30)

Teatro Apolo

17h – Paraíso, do Grupo Teatro Máquina (CE)

Teatro do Parque

19h – Pequeno Monstro, da Quintal Produções Artísticas, com Silvero Pereira (RJ)

Teatro Luiz Mendonça

20h – Inacabado, do Grupo Bagaceira (CE)

Teatro de Santa Isabel

20h30 – Brás Cubas, da Armazém Cia. de Teatro (RJ)

DOMINGO (1)

Teatro Apolo

17h – Quatro Luas, dO Bando Coletivo de Teatro (PE)

Teatro Hermilo Borba Filho

18h – Esquecidos por Deus, com Murilo Freire (PE)

Teatro do Parque

19h – Pequeno Monstro, da Quintal Produções Artísticas, com Silvero Pereira (RJ)

Teatro de Santa Isabel

20h30 – Brás Cubas, da Armazém Cia. de Teatro (RJ)

OffREC

De 25 a 30 de novembro

No Teatro Hermilo Borba Filho

SEGUNDA-FEIRA (25)

16h às 18h – Roda de Diálogo Corporalidades e estranhamentos, com Johnelma Lopes (UFPE), Ana Marques (UFPE) e Alexsandro Preto (Vale PCD). Mediação Clara Camarotti

20h – Espetáculo Monga, de Jéssica Teixeira (CE)

TERÇA-FEIRA (26)

9h às 12h – Vivência de Teatro Hip Hop, com o coletivo À Margem (PE) e Bento Francisco (PE)

15h às 17h – Espetáculo ONÁ DÚDÚ: Caminhos Negros no Bairro do Recife, com Marconi Bispo e Coletivos (PE). Espetáculo itinerante, com concentração no Teatro Apolo

17h30 às 19h – Roda de Diálogo Teatro Negro em Perspectiva, com Marcos Alexandre (UFMG) e mediação de Jefferson Vitorino (Cia. Máscara Negra)

20h – Espetáculo Xirê, do Coletivo À Margem

QUARTA-FEIRA (27)

9h às 12h – Vivência Criando Autoficções, com a Cia. Teatro da UFPE (PE)

16h às 17h30 – Roda de Diálogo Processos Criativos Autoficcionais, com Marcondes Lima (UFPE) e Rodrigo Dourado (UFPE). Mediação de Fátima Pontes (Escola Pernambucana de Circo)

18h – Espetáculo Não. Tá. Fácil, do Coletivo À Margem (PE)

20h – Espetáculo Palestra Babau, Pancadaria e Morte, com Marcondes Lima e Mão Molenga (PE)

QUINTA-FEIRA (28)

9h às 12h – Vivência Contornos do Tempo: Ensaio na Terceira Idade, com o grupo Memória em Chamas (PE)

16h às 18h – Roda de Diálogo Teatro, Memória e Envelhecimento, com Rodrigo Cunha (IFPB) e equipe do espetáculo Senhora. Mediação de Manu de Jesus, da Creative’se Cultural

18h – Espetáculo Baba Yaga, da Cênicas Cia. de Repertório (PE)

20h – Espetáculo Senhora, de João Pedro Pinheiro (UFPE)

SEXTA-FEIRA (29)

9h às 12h – Vivência Dramaturgias Urgentes: Escritas e Cenas Negras, com Kléber Lourenço (PE)

18h – Espetáculo Poema – Desmontagem, da Cia do Ator Nu (PE)

20h – Espetáculo Negro de Estimação – Desmontagem, com Kléber Lourenço (PE)

SÁBADO (30)

10h às 12h – Abertura de Processo Senhora dos Sonhos, com Ceronha Pontes e Gonzaga Leal (PE)

14h às 17h – Roda de Diálogo Teatro e Comunicação na Era Digital: por e para onde caminhamos”, com Aline, da Vendo Teatro; Fernanda, da Teatralizei; Ricardo Maciel, do Palco Pernambuco. Mediação de Márcio Bastos

18h – Performance O Problema é a Cerca, com Renna Costa (PE)

20h – Roda de Diálogo Vedetes e Vivecas: Mulheres do Vivencial, uma homenagem a Ivonete Melo, com Suzana Costa, Auriceia Fraga e Zélia Sales. Mediação de Hilda Torres