Projeto “Eu Escrevo Minha História” chega para fortalecer a educação em unidades socioeducativas de PE

Iniciativa busca atender todas as unidades socioeducativas do estado promovendo alfabetização e continuidade escolar

Na última quarta-feira, 18 de dezembro, foi apresentado, no Auditório da Sede das Promotorias de Justiça de Caruaru, o projeto “Eu Escrevo Minha História”, que objetiva impulsionar a educação formal e a escolarização de jovens e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, no estado de Pernambuco. O evento contou com a presença da presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), Raissa Braga, a qual representou a instituição na assinatura do termo de colaboração e formalizou o compromisso em promover ações voltadas à integração social e educacional dos socioeducandos, um trabalho que já vem alcançando significativos avanços em diversos âmbitos dos pilares da socioeducação.

O projeto, fruto da parceria entre o Ministério Público de Pernambuco(MPPE), o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (CAO Educação), Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude (CAO IJ) junto a Funase, visa ampliar política pública de acesso à educação dentro das unidades socioeducativas, promovendo a alfabetização e a continuidade escolar como instrumentos de transformação social. A iniciativa também conta com o apoio de educadores, pedagogos e profissionais especializados, que atuarão diretamente na implementação das atividades pedagógicas.

Na prática, a iniciativa viabiliza a sistematização do processo de aprendizagem, contratação de novos profissionais da educação e da assistência social, além de garantir a aquisição de materiais pedagógicos e o aprimoramento da infraestrutura educacional das unidades socioeducativas. Esses esforços têm como objetivo assegurar um ambiente de aprendizado mais inclusivo e humanizado, capaz de atender às necessidades específicas dos jovens e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, fortalecendo o papel da educação como vetor de ressocialização e cidadania.

Apresentação do Projeto “Eu Escrevo Minha História”. Fotos: Mirella Anastacio



Segundo o Dr. Oscar Ricardo de Andrade Nóbrega, Promotor de Justiça de Caruaru e idealizador do projeto, o nome, “Eu Escrevo Minha História”, “vem da vontade de dar protagonismo a esses socioeducandos. É pensar além de escrever o próprio nome, é você entender e compreender o que está escrito. Isso traz um sentido para a vida, traz cidadania, traz dignidade. Então, outro objetivo é entender todas as necessidades de alfabetização dos alunos em cumprimento de medida e afetar suas vidas positivamente”.

Em novembro de 2024, a Funase alcançou a marca de 73,27% dos adolescentes matriculados na escola, além disso, mais de 90 jovens se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). Além do Enem, no início de dezembro, o Exame Supletivo obteve um total de 272 socioeducandos inscritos, a avaliação ocorreu nas unidades socioeducativas distribuídas por Pernambuco e teve como objetivo avaliar os conhecimentos educacionais que foram desenvolvidos em ambientes e circunstâncias distantes dos espaços de aprendizagem regulares para pessoas que, por alguma razão, não conseguiram concluir o nível fundamental ou médio em tempo hábil.

Durante o evento, a presidente da Funase, Raissa Braga, ressaltou: “quando  garantimos o essencial para a vida desses meninos e meninas, estaremos proporcionando muito mais: estaremos oferecendo dignidade. Um exemplo disso é oportunizar o acesso à educação, que deve ser um pilar fundamental na vida deles. Quando permitimos que aprendam, não apenas a assinar o próprio nome, mas a compreender o valor da dignidade, estamos promovendo cidadania. E, a partir disso, muitas portas se abrem. Nós acreditamos, sim, que a partir da educação nós conseguimos trilhar muitos caminhos”.

Através da implementação imediata do projeto, a expectativa é de que ao longo de 2025, as unidades socioeducativas espalhadas pelo estado já estejam sendo assistidas pelo “Eu Escrevo Minha História”. A meta é garantir, nos próximos anos, que todas as unidades sejam contempladas, ampliando significativamente o alcance das ações educacionais e impactando positivamente a vida dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.

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