Especialista alerta para os riscos e reforça a importância do pré-natal na redução de partos prematuros
A prematuridade continua sendo um grande desafio de saúde pública no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, cerca de 300 mil bebês nasceram antes das 37 semanas de gestação, representando quase 12% dos nascimentos no país, um número superior à média global, que gira em torno de 10%. No Rio Grande do Norte, embora tenha havido uma leve redução nos casos, de 5.283 em 2022 para 5.132 em 2023, os desafios persistem, com 4.281 bebês nascendo prematuros em 2024.
De acordo com o presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (SOGORN), Robinson Dias, a prematuridade é uma preocupação constante para os profissionais de saúde, pois representa riscos imediatos e de longo prazo para os bebês. “Os bebês prematuros podem enfrentar complicações respiratórias, neurológicas e de desenvolvimento, o que exige uma atenção neonatal especializada e de alta qualidade”, explica.
Causas e prevenção da prematuridade
A prematuridade pode ser causada por diversos fatores, sendo os mais comuns, a hipertensão na gestação, diabetes gestacional, infecções maternas, gestação múltipla, idade materna avançada ou muito jovem e histórico de partos prematuros. Além disso, o estilo de vida da gestante, incluindo o tabagismo, o uso de álcool e drogas, também influencia diretamente o risco de um parto antecipado.
Segundo Robinson Dias, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de partos prematuros. “O pré-natal de qualidade é fundamental para identificar precocemente fatores de risco e adotar intervenções necessárias. O acompanhamento médico adequado, uma alimentação saudável, controle do estresse e evitar hábitos prejudiciais, como o tabagismo, são essenciais para uma gravidez segura e saudável”, alerta o especialista.
Rede Alyne reforça cuidados maternos
Para enfrentar os desafios da prematuridade e garantir uma gestação mais segura, o Governo Federal lançou a Rede Alyne em 2024, com o objetivo de reduzir em 25% a mortalidade materna até 2027. A iniciativa prevê investimentos em infraestrutura, ampliação do acesso a exames pré-natais e foco na equidade racial, buscando garantir um cuidado mais integral e humanizado para gestantes em todo o país.
Para Robinson Dias, o programa é essencial para ampliar o debate e acesso à saúde da gestante e do recém-nascido. “Precisamos unir esforços para garantir que todas as mães tenham acesso ao pré-natal adequado e que os bebês prematuros recebam o suporte necessário para um desenvolvimento saudável”, finaliza.
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