O conjunto de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos que vivem no intestino, chamado de microbiota, desempenha um papel fundamental na saúde metabólica do nosso organismo. Diabetes, obesidade, artrite reumatoide e doença inflamatória do intestino são alguns efeitos de um metabolismo desequilibrado.
No caso específico da obesidade, a microbiota intestinal pode contribuir para o aumento do peso corporal através de alguns mecanismos. Por exemplo, há bactérias no órgão que aumentam a extração de calorias da dieta, favorecendo o ganho de peso.
O desequilíbrio da microbiota também pode ativar respostas inflamatórias que contribuem para a resistência à insulina que, se não tratada, pode levar a diabetes tipo 2 e outras complicações.
Além disso, a própria produção da microbiota pode reduzir o apetite e aumentar a saciedade ou mesmo afetar a produção de serotonina e outros neurotransmissores que influenciam o comportamento alimentar.
Com essa compreensão sobre o funcionamento do órgão, é mais fácil entender também quando o médico indica o uso de probióticos e prebióticos para modular a composição da microbiota; a dieta rica em fibras e polifenois – que favorece bactérias benéficas; e terapias baseadas em transplante de microbiota fecal, que impactam o metabolismo.
Por tudo isso, o eixo intestino-cérebro é um alvo importante no estudo da obesidade e de suas possíveis abordagens terapêuticas. “É importante entender que a obesidade é uma doença complexa e merece um tratamento sério. Não é só fechar a boca e ir para a academia. Existe uma relação neural, intestinal e genética”, explica a médica cirurgiã Luciana Siqueira, vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas.
E você, tem cuidado do seu intestino como ele merece?