No Recife, exposição A Terra Cansa leva reflexão sobre mudanças climáticas e os impactos nos modos de vida

Sete artistas se lançam numa coletiva em torno das condições no planeta Terra. Os trabalhos poderão ser apreciados a partir do 13, na Christal Galeria no Pina, zona sul da capital pernambucana

Foto: Gustavo Bettini

A Christal Galeria, localizada no Pina, recebe a exposição coletiva “A Terra Cansa”, abrindo o seu calendário 2025 de atividades artísticas com grandes nomes da arte contemporânea. “A Terra Cansa” propõe um encontro poético entre os artistas Adalgisa Campos (SP), Antonio Mendes (PE), Arbos (PE), Izidório Cavalcanti (PE), Max Motta (PE), Thaes Arruda (SE) e Tássio Mello (PE), cada um com suas respectivas pesquisas, identidades visuais, estéticas e linguagens próprias, mas todos atiçados pela mesma proposição: abordar a metáfora humanos em gotas, explorando as fantasmagorias em ressonância com as investigações e processos criativos que cada um já desenvolvia individualmente. A exposição estará aberta ao público e com entrada gratuita até o dia 30 de maio de 2025.

Este evento marca o início das ações da galeria em 2025, com um olhar atento para as condições e modos de vida no planeta Terra, também conhecido como o planeta água. “A Christal Galeria reafirma seu compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade socioambiental, alinhando suas práticas artísticas a um programa que busca refletir sobre as mudanças climáticas e seus impactos no planeta”, reforça a galerista Christiana Asfora.

A exposição coletiva reforça um processo no qual a Christal Galeria convida artistas a criarem com base na metáfora humanos (as) em gotas, chamando a atenção para as relações indissociáveis entre o “planeta água e as práticas (des) humanas; a partir das pesquisas realizadas pelos artistas de maneira transdisciplinar entre arte, antropologia, filosofia e ciência, cujas poéticas interespécies na arte contemporânea brasileira produzem suas ressonâncias.

As inquietudes sobre o tempo é uma destas ressonâncias presentes na pesquisa pictórica, por exemplo, de Antonio Mendes; e igualmente versado como poética no processo de criação de Thaes Arruda, por meio da arte têxtil. Já Adalgisa Campos elabora desenhos gestuais que a acompanham em seu projeto de pesquisa continuamente, como motor de uma escrita visual.

Uma outra ressonância se faz valer na poética de Tássio Mello. Artista conceitual, envereda por uma pesquisa documental e poética sobre eixos temáticos que se envolvem em um sistema circular, auto dependente e inseparáveis: o planeta água, as relações humanas, a flora e fauna.

Max Motta caminhou igualmente nessa trilha reflexiva, caminho percorrido por ele em seu processo de criação, traz para essa exposição pinturas que tensionam três frentes sobre a questão da água: a (má qualidade) devido aos processos de poluição; a escassez d’água devido ao mau uso pela indústria e o impacto que essas duas ações causam na qualidade de vida da população.

Izidorio Cavalcanti, multiartista conceitual, partilha em muitos dos seus trabalhos o coração como imagem que desvela o drama da vida humana e não humana. Por sua vez, Arbos, vem ao longo de sua trajetória por meio do uso da cerâmica, criando imagens como seres híbridos – criaturas/seres do mangue/mares, numa visão ecossistêmica que integra o criar, através de processos de invenção e ficção.

“Tais construções artísticas funcionam como ranhuras e rachaduras que alertam aos visitantes que o céu pode desabar, ou ainda, que essas fissuras estão abertas e se revelam como espaços de construções de outros mundos e modos de vida. É preciso e urgente transformarmos esse modo de vida em outros modos de viver”, reforça Joana D´Arc Lima, autora do texto crítico da exposição.

Inauguração – A abertura, nesta quinta-feira (13), contou com a performance Varal do artista Tassio Melo. O artista mergulhou a bandeira do Brasil dentro de um balde com cimento até o tecido ficar todo molhado. Depois estendeu num varal armado na galeria. A performance teve como trilha sonora o hino do Brasil tocado ao contrário e com vozes de protestos pelo mundo.

Christal Galeria – Desde sua abertura, em 2021, a Christal Galeria de Artes já realizou dezenas de exposições, entre coletivas e individuais de artistas fundamentais no panorama histórico e crítico da arte pernambucana, tais como J. Borges, José Barbosa, Cavani Rosas, George Barbosa e Ziel Karapotó.

A programação da galeria foi pensada para fortalecer e revelar talentos locais e nacionais, oferecendo um espaço para exposição tanto institucionais quanto experimentais. Com isso, a Christal Galeria de Artes busca desempenhar um papel vital com um território onde as artes influenciam os espectadores em suas percepções e interações com o mundo.

A Christal Galeria de Artes fica na Rua Estudante Jeremias Bastos, 266, Pina, Recife, Pernambuco. Mais informações pelo WhatsApp: (81) 98952-7183 ou pelo e-mail contato@christalgaleria.com.br.

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