Luiz Caldas faz show intimista no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza

Foto: Luiz Caldas

Espetáculo mostra as habilidades do artista como multi-instrumentista em apresentação que passeia por diversos estilos musicais 

O mês do Carnaval só termina quando acaba. Sim, no último domingo de março, dia 30, o baiano Luiz Caldas estará no Cineteatro São Luiz para reviver a saudade do carnaval. Reconhecido pela criação do movimento cultural Axé Music, que completa 40 anos em 2025, o músico preparou um show em voz e violão que traz suas múltiplas habilidades como instrumentista, passeando por diversos estilos musicais, nacionais e internacionais, incluindo um pouco da história do Carnaval da Bahia.

“Como minha escola foi o baile, desde muito cedo tive contato com diferentes gêneros  musicais, então, neste show, estarei à vontade para tocar meu violão, visitando diversos  estilos. Será um panorama bem legal para quem não me conhece como instrumentista”,  adianta Luiz.

Luiz Caldas: um fenômeno musical

Com 53 anos de dedicação à música, pai da Axé Music é considerado virtuose da  música, com mais de 160 álbuns gravados e um novo trabalho sendo lançado a cada  mês. Há 10 anos ele vem lançando um álbum a cada mês, já compôs mais de mil  canções, traz na sua história a criação do movimento Axé Music, passeia por todos os  estilos musicais e toca quase todos os instrumentos com maestria. Some-se a isso o  fato de Luiz Caldas ter completado 54 anos de sua vida dedicados à música e, então, o  que se tem é o perfil de um artista virtuoso, que não apenas vem escrevendo uma  trajetória artística sem precedentes, como tem deixado um legado inigualável para a música brasileira.

Nascido em Feira de Santana (BA), desde muito cedo, aos sete anos, Luiz Caldas  escolheu a música como caminho a ser seguido ou, algumas vezes, perseguido. Foi o  que teve que fazer no início da adolescência quando viu sua voz mudar, o que impediu  que continuasse cantando em bailes e imitando o tom agudo de estrelas como Michael  Jackson ou Tina Charles, como só ele sabia fazer.

“Eu me desesperei e pensei: preciso aprender a tocar instrumentos para continuar na  música”, conta. Dos 11 aos 16 se deu, então, sua formação como instrumentista,  período em que se dispôs a trabalhar como holding, carregando caixas e instrumentos  para grupos de baile em que ele identificava ter aquele instrumentista de destaque com  quem pudesse aprender. “Se eu soubesse que naquele grupo tinha um baixista muito  bom, então ia até eles e pedia para trabalhar, nem que fosse só para dormir nos galpões  que eram sede do grupo, comer e aprender. Minha facilidade e vontade de aprender era  algo fora do comum, bastava ver o cara tocando uma vez, e à noite eu ficava treinando.  Desse jeito se deu com todos os instrumentos que toco até hoje”.

Aos 16 anos ele subiu pela primeira vez num trio elétrico sem saber que naquela  engrenagem musical sua vida daria uma reviravolta. A estreia foi em Ibicaraí (BA), mas  logo a notícia correu para Salvador. Ligaram para Seu Orlando Tapajós e disseram que  tinha um menino que solava muito e tocava todos os instrumentos. “Naquela época eu  tocava os frevos de Armandinho na guitarra grande, era como entrar com um Fusca  numa corrida de Fórmula 1, coisa de maluco. Então seu Orlando mandou me chamar,  e eu cheguei tocando tudo, com sete cores no cabelo, ele adorou. Virei o garoto dos  sete instrumentos e assim começou minha história com o trio Tapajós”.

O Axé Music nasceu

No Tapajós, em pouco tempo Luiz Caldas se tornou guitarrista e  diretor musical. Em linha ascendente, revolucionou a sonoridade do trio, inseriu  instrumentos como o piano, criou a banda Acordes Verdes e gravou três álbuns, um  deles, o “Ave Caetano – Tapajós”, onde teve pela primeira vez composições suas  gravadas, Oxumalá e Tapafrevo. “Importante lembrar que foi no Tapajós que nasceu a  canção Axé pra Lua, embrião da Axé Music”, realça Luiz.

Daí em diante, o universo dos blocos e trios elétricos passou a ser um ambiente em que  o artista se sentia muito à vontade, e assim fez história no Traz os Montes, Eva,  Camaleão e Beijo, bloco lançado por ele. “O primeiro disco com meu nome foi o Luiz  Caldas e Acordes Verdes, compacto do Beijo, e nele estava o meu primeiro sucesso  sozinho, a música Beijo, que ficou conhecida pelo refrão Acordes Verdes leva o povo  atrás trio, nessa dança lança e lança e o beijo a mais de mil”.

A essa altura a gravadora WR já começava a fazer jus ao título que veio a ganhar de  templo da música baiana, e lá estava Luiz Caldas e sua banda criando e gravando, até  nascer Magia (1985), o álbum que começaria a escrever um novo capítulo na história  da música da Bahia, e daria ao artista o posto de Pai da Axé Music. O disco era tão  promissor que, antes mesmo de ser lançado, todas as suas músicas já eram  acompanhadas em coro pela plateia nas apresentações que o artista fazia no circo  Troca de Segredos. Algumas canções estavam nas rádios e, apesar de não ser um  disco de Carnaval, Luiz decidiu colocar Fricote como sua última faixa.

“Eu nunca gostei de fazer uma coisa só, e eu fazia músicas também para palcos como  o TCA, e num desses shows, o Verso e Reverso, encerrei tocando Fricote. O áudio foi  captado e, no dia seguinte estava sendo tocado na Itapuã FM. A receptividade foi  incrível” O certo é que quando Magia foi oficialmente lançado, todas as suas músicas já  estavam na boca do povo na capital e no interior.

Só as vendas na Bahia renderam ao álbum um Disco de Ouro (100 mil cópias). Após  um lançamento no estado, em 1984, houve um lançamento para o Brasil, em 1985. “Foi  um álbum emblemático para a minha carreira e para todos que vieram a cantar Axé”,  confirma o artista.

Mais de 50 Carnavais

Desde 2013, o artista lança um disco por mês disponibilizado  gratuitamente no seu portal www.luizcaldas.com.br. O projeto de lançamentos mensais  já contabiliza 143 álbuns (Janeiro24), mais de mil músicas e atualmente ultrapassa a  marca de 50 milhões de downloads.

Juntando aos álbuns de carreira, Luiz Caldas soma 162 discos lançados. “Tenho prazer  imenso em explorar a música nos seus inúmeros gêneros e venho contando com  grandes parceiros para realizar Isso”, comemora.

O projeto mensal de Luiz Caldas conta com a participação de convidados ilustres, como  Geraldo Azevedo, Roberta Campos, Nando Reis, Gilberto Gil, Seu Jorge, Zélia Duncan,  Zeca Baleiro, Armandinho Macedo, Fernanda Takai, Chico Cesar, Jorge Vercillo e  Raimundo Sodré, entre outros

Serviço

[Show] Luiz Caldas Voz e Violão

Data: 30 de Março de 2025 (domingo) | Horário: 18h | Duração: 90min | Livre

Local: Cineteatro São Luiz – Fortaleza (Rua Major Facundo, 500, Centro)

Entrada: R$ 120,00 (inteira) / R$ 60,00 (meia) | Com limitação de 40% para meia-entrada

Horário de funcionamento da bilheteria: Terça a Sexta – 9h30 às 18h / Sábado  – 9h30 às 17h. Horários sujeitos a alterações, de acordo com a programação.

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