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Associações sem fins lucrativos passam a operar com modelo empresarial e governança assertiva
Uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) oferece aos clubes de futebol brasileiros uma estrutura empresarial, permitindo maior profissionalismo e sustentabilidade financeira. Com a transição para SAF, os clubes deixam de ser associações sem fins lucrativos e passam a operar como empresas, atraindo novos investimentos.
As Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) surgiram com a Lei 14.193/2021, permitindo que clubes de futebol no Brasil adotassem uma estrutura empresarial. Essa nova estrutura permite que times deixem de ser apenas paixões e se tornem empresas viáveis. A mudança é uma oportunidade para repensar a gestão do futebol com as características do mundo corporativo.
De acordo com o advogado especialista em recuperação judicial Victor Lages, a constituição de uma SAF pode se dar de várias maneiras. “Pode ser feita uma cisão do departamento de futebol, pega tudo aquilo que aquele clube associativo tem ligado ao futebol e constitui ações, ou seja se cria uma nova empresa e emite ações, podendo transferir parcialmente alguns ativos”, explica.
O modelo de SAF já foi adotado por diversos clubes brasileiros, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco, que passaram a operar sob a forma de empresas com um regime de tributação e governança adaptados à realidade do esporte.
“Em termos gerais o futebol brasileiro ainda vive um amadorismo. Quando não se tem uma organização financeira bem definida isso pode trazer uma série de consequências. Com a SAF os times profissionalizam essas questões e passam a ter um modelo empresarial com uma governança assertiva”, observa o advogado.
A SAF transforma o clube de futebol em uma empresa com regras mais rígidas de governança e mais opções de financiamento. A principal diferença entre um clube tradicional e uma SAF está na gestão e na estrutura financeira. Enquanto os clubes tradicionais são associações civis sem fins lucrativos, as SAFs são empresas com fins lucrativos e responsabilidade limitada.
Mas muitas vezes o torcedor acaba temendo a mudança. “O maior temor do torcedor é saber que o clube vai ter um dono e ele vai fazer o que quiser, mas o legislador teve esse cuidado. Dentro de uma SAF não existem alguém que seja 100% dono e o clube associativo sempre fica com 1% de ações que garante o poder de veto para algumas questões como alteração da camisa, do escudo ou do nome. Isso garante aquela manutenção da paixão e do afeto do torcedor por aquele clube”, exemplifica Lages.
Além disso, a SAF oferece mais flexibilidade para buscar investimentos externos, como os fundos internacionais, e facilita a atração de grandes patrocinadores e investidores, enquanto os clubes tradicionais enfrentam restrições maiores em termos financeiros e operacionais.
Fonte: Assessoria de imprensa