Contador Matheus Aranha explica como o contribuinte e os empresários podem se organizar para reduzir a carga fiscal de forma legal e estratégica
O Brasil está entre os países com maior carga tributária do mundo, e a população sente isso diretamente no bolso todos os dias — seja no consumo, no salário ou na prestação de serviços. Em meio a esse cenário, o planejamento tributário surge como uma ferramenta essencial para empresas e até mesmo para pessoas físicas que desejam pagar menos impostos de forma legal e estratégica.
De acordo com o contador Matheus Aranha, especialista em gestão fiscal e contabilidade consultiva, o primeiro passo para reduzir a incidência de tributos é conhecer a fundo o regime de tributação adotado e avaliar se ele é o mais adequado para a realidade da empresa. “Muitos empresários seguem no Simples Nacional sem perceber que poderiam economizar optando pelo Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo do tipo de negócio, faturamento e margem de lucro. A escolha do regime tributário impacta diretamente no caixa”, afirma.
Além disso, Matheus destaca que o planejamento tributário envolve o estudo de benefícios fiscais, revisão de processos internos, reavaliação de despesas e, em alguns casos, até a mudança no enquadramento de atividades. “Em estados e municípios, por exemplo, existem incentivos pouco conhecidos que podem ser aproveitados pelas empresas locais. Mas para isso é preciso diagnóstico, acompanhamento técnico e uma visão estratégica”, reforça.
O tema também afeta diretamente o consumidor final. “Mais de 40% do preço de produtos e serviços é composto por tributos. Isso significa que, ao consumir, estamos pagando impostos que muitas vezes desconhecemos. Por isso, é importante que a população se informe e pressione por mais transparência e retorno à sociedade”, alerta o contador.
Matheus Aranha lembra que o planejamento tributário não deve ser feito apenas no início do ano, mas acompanhado de forma contínua. “É um processo de gestão e inteligência fiscal. Quem planeja, economiza — e o dinheiro economizado pode ser reinvestido no negócio ou direcionado para áreas essenciais da vida pessoal ou empresarial”, conclui.
Com o aumento das discussões sobre reforma tributária e os desafios enfrentados por pequenos e médios empresários, o tema deve ganhar ainda mais relevância nas próximas semanas.