Dados apontam que 57 milhões de brasileiros estão endividados

Economista alerta para riscos do consumo excessivo com crédito facilitado e orienta sobre o endividamento e organização das finanças pessoais

Em um cenário de instabilidade econômica, falar sobre educação financeira é mais do que necessário — é urgente. O alerta é do economista Hugo Meza, pesquisador e consultor especializado em Gestão, Finanças e Inovação. Segundo ele, a falta de controle financeiro e o fácil acesso ao crédito têm contribuído para o aumento expressivo da inadimplência no país. De acordo com dados da Serasa, atualmente 57 milhões de brasileiros estão endividados, sendo que 19 milhões já têm seus nomes inscritos nos cadastros de inadimplentes.

Para Meza, que é professor da Estácio, o problema vai além da renda insuficiente. “O problema não está apenas em ganhar pouco, mas também em como se gasta o que se ganha. Muitos brasileiros acabam consumindo além do que podem pagar, o que os coloca em uma armadilha de juros. Estamos vivendo uma época de juros altos, e juros nada mais é do que o preço do dinheiro. Se a pessoa ignora esse custo, pode acabar comprometendo sua renda futura”, explica o especialista.

De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros alcançou 29,8% ao ano, com alta de 1,2 ponto percentual no mês. Para empresas, a taxa ficou em 21,4%, enquanto para famílias atingiu 33,8%.

Cautela no acesso facilitado ao crédito

A situação se agrava com a ampliação do acesso ao crédito, como no caso do Crédito do Trabalhador, lançado recentemente pelo Governo Federal. A iniciativa oferece empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada (CLT), com juros mais baixos que os praticados no mercado. Apesar de parecer vantajoso, esse tipo de crédito exige atenção.

“É preciso muito cuidado. Se a pessoa não levar em consideração o custo do dinheiro, ela pode entrar numa bola de neve. A facilidade do crédito pode dar a falsa sensação de que se tem mais poder de compra do que realmente existe”, alerta Meza.

Um comportamento comum entre os consumidores é assumir parcelas e empréstimos sem avaliar o impacto no orçamento. “Quando você parcela uma compra ou faz um empréstimo, está dizendo para a economia: ‘vou pagar com um dinheiro que ainda não ganhei’. Essa decisão deve ser feita com responsabilidade, porque comprometer a renda significa abrir mão de outras necessidades no futuro”, reforça.

Como sair do vermelho

Para sair do vermelho e organizar as finanças, o economista aponta a educação financeira como o caminho mais seguro e eficaz. “Educação financeira é a base da economia de consumo. E sem essa base é impossível obter resultados plausíveis como distribuição de renda, melhoria no consumo das pessoas ou desenvolvimento econômico”, afirma.

Dicas práticas para organizar as finanças pessoais

  • Conheça sua renda e seus gastos: anote tudo que entra e sai do seu orçamento mensal;
  • Evite compras por impulso: pergunte-se se o gasto é necessário ou pode ser adiado;
  • Fuja dos juros altos: evite crédito fácil e só parcele o que realmente cabe no orçamento;
  • Monte uma reserva de emergência: comece com pouco, mas seja constante;
  • Estabeleça metas financeiras: isso ajuda a manter o foco e o controle dos gastos.
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