Foto: Márcio Franco
“Pensando Música 2025” reuniu mais de 200 pessoas em dois dias de atividades gratuitas.
Com o objetivo de fortalecer a cena musical potiguar e estimular reflexões sobre políticas culturais, o Comitê Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, em parceria com a Associação Cultural DoSol, realizou nos dias 17 e 18 de maio o evento “Pensando Música 2025”, na Sede Cultural DoSol, em Potilândia, Natal. A programação gratuita incluiu oficinas, rodas de conversa e shows, movimentando mais de 200 pessoas entre artistas, produtores e o público em geral.
Idealizado pela primeira vez em 2010, o “Pensando Música” nasceu com a proposta de unir formação, debate e apresentações musicais em um só espaço. Após mais de seis edições, o projeto retornou com força em 2025, trazendo uma edição especial e atualizada com os desafios contemporâneos do setor.
“Essa retomada em parceria com o Comitê de Cultura do RN veio como uma luva. Tivemos conversas riquíssimas, workshops bastante procurados e uma diversidade musical incrível nos palcos. Bandas locais e artistas em ascensão, como Maia e a dupla Thiago Amud & Sergio Krakowski, mostraram que a cena segue viva e pulsante. Discutimos música, cultura, políticas públicas, e tudo isso acompanhado de arte ao vivo. Foi uma ação potente, necessária e que precisa continuar acontecendo com frequência”, afirmou Ana Morena, musicista, produtora cultural e uma das idealizadoras do DoSol.
A programação contou com a oficina de gestão de projetos culturais ministrada por Ana Morena, musicista e produtora cultural da equipe DoSol e shows de Ian Medeiros e Gracinha, Thiago Amud & Sergio Krakowski, Camarones Orquestra Guitarrística e Lúcio Maia Trio. O destaque do evento ficou por conta do bate-papo com Lúcio Maia (Chico Science & Nação Zumbi), que abordou o Manguebeat e sua influência na música nordestina.
Presente no evento, o guitarrista Lúcio Maia (Chico Science & Nação Zumbi) destacou os desafios entre mercado e cena cultural: “São universos diferentes: o mercado e a cena musical. Mas um depende do outro. No Brasil, muitas vezes parece que só pode existir um estilo por vez. Em determinado momento é o pop, depois o indie, agora talvez o rock esteja voltando. O mercado precisa abrir espaço para a diversidade. A cena é rica e resiliente, e sempre sobrevive. Só não dá pra desistir — a não ser que você seja muito ruim, aí melhor repensar”, comentou, com bom humor.
O cantor Pedro Silveira, que acompanhou a programação, também celebrou a experiência: “Foi fantástico participar desse movimento cultural. É importante ter espaços como esse para trocarmos ideias, conhecer novos artistas e estar em contato com a produção cultural do RN e do Brasil. Um final de semana intenso de trocas e descobertas.”
O “Pensando Música 2025” é uma realização da Associação Cultural DoSol e conta com fomento do Programa Funarte de Ações Continuadas 2023, através da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Ministério da Cultura e Governo Federal. A iniciativa também conta com apoio do Comitê Estadual de Cultura do RN, coordenado pelo Grupo Facetas, Casarão da Poesia e Companhia Cultural Ciranduís, por meio do Programa Nacional dos Comitês de Cultura.