Por Luciana Tito, a Queridinha do comércio – jornalista especializada em varejo e comportamento de consumo
Se tem uma data que faz o coração do comércio nordestino bater mais forte, essa é o período junino. As festas aquecem o coração, o fogão e, claro, o caixa das lojas. Com o apelo emocional da tradição, o calor humano das celebrações e um mar de oportunidades para empreendedores, o período junino se consagra como um dos maiores motores de vendas do ano na região.
E os números não deixam dúvida: segundo pesquisa do Globo Gente, nada menos que 97% dos nordestinos pretendem comemorar o São João em 2025. Seja em festas familiares, arraiais privados ou nas animadas festas públicas, o São João virou ponto de encontro essencial entre amigos e parentes. E onde tem encontro, tem consumo. Aqui em Natal o start das celebrações foi dado no sábado 31/05 com a Prefeitura de Natal, que levou cerca de 75 mil pessoas para Avenida da Alegria para curtir os shows de Bell Marques, Márcia Felipe e Capilé.
Uma festa que movimenta o ecossistema do varejo
O impacto da data é tão significativo que 80% das cidades nordestinas consideram o período junino sua principal festa do ano. O nosso aqui em Natal ainda é jovem, se comparado a tantas festas que tem pelo nordeste, mas vem crescendo ano após ano. O que isso significa? Que o São João não é só uma festa cultural, é uma alavanca econômica para diversos segmentos do comércio. Para comprovar o que está jornalista escreve é só olhar as rede sociais, com diversas lojas e marcas divulgando seus produtos.

Setores que mais sentem o impacto positivo:
👗 Vestuário – Os looks juninos estão em alta! As redes sociais já pipocam com dicas de roupas temáticas, looks caipiras repaginados e inspirações fashionistas para arrasar no arraial.
💄 Acessórios e maquiagem – Tranças, laços, brilho e muito xadrez: tudo é argumento de venda.
🍲 Alimentação – O cardápio junino é praticamente um segmento próprio do varejo. Canjica, pamonha, bolo de milho e licor caseiro ganham vitrines especiais e embalam as vendas.
🎀 Decoração – Das bandeirinhas às mesas decoradas, a estética junina ganha espaço em lojas físicas e online.
🧳 Turismo – A movimentação de turistas em cidades como Natal (RN), Mossoró (RN), Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) injeta recursos em todo o circuito comercial: hotéis, transporte, restaurantes, lojas e mercados locais.
O consumidor está pronto. E o varejo?
O período junino é também uma data de planejamento e compra ativa. A pesquisa da Globo Gente mostra que 87% dos nordestinos pretendem comprar algo para comemorar – seja comida típica, roupas ou artigos para decorar a casa ou o arraial. E o detalhe que mais interessa ao varejo: essas compras devem acontecer tanto em lojas de bairro quanto em lojas de marca, mostrando que o consumidor está aberto a opções, desde que se sinta conectado com a proposta da marca.
Formas de pagamento mais utilizadas? Sem surpresas aqui: Pix e cartão de crédito lideram as preferências, reforçando a necessidade de estar preparado para vendas ágeis e multicanais. Importante lembrar que a forma de pagamento tem muita conexão com o perfil do consumidor da loja. Público A, B, C b e que realizam compras em shopping, costumam preferir comprar no cartão de crédito. Já o público que compra no comércio de rua, optam em sua maioria pelo Pix.
Como o comércio pode (e deve) aproveitar a onda
Para o comércio, a grande sacada é entrar na conversa que já está acontecendo. As redes sociais se transformaram em vitrines de inspiração, e as marcas que se conectam com o espírito da festa – seja por meio de promoções temáticas, conteúdos criativos ou produtos personalizados – saem na frente.