Sebrae e queijeiros avançam em busca da Indicação Geográfica para o Queijo de Manteiga de Caicó (RN)

Encontro definiu Identidade Visual e regras que irão para Caderno de Especificações Técnicas da IG

Na última terça-feira(04), representantes da Amaqueijo – Associação dos Produtores de Queijo do Seridó – se reuniram na Agência Regional do Sebrae, em Caicó, para discutir os próximos passos em torno do pedido de Indicação Geográfica (IG) para o queijo de manteiga de Caicó. A reunião, que contou com a presença de produtores e consultores, teve como objetivo a definição de medidas essenciais para formalizar o protocolo que será submetido ao INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

A pauta abordou questões centrais como o lançamento da Identidade Visual da IG do Queijo de Caicó, a elaboração do Caderno de Especificações Técnicas (CET), e a definição da área geográfica de produção que será contemplada pela IG. Além disso, foram discutidos detalhes sobre o Dossiê Histórico e Cultural, que deverá incluir provas de notoriedade do queijo, como reportagens, fotografias e relatos locais. A reunião também marcou a definição dos próximos passos, com a previsão de protocolar pedido até abril deste ano.

Uma tradição que atravessa gerações, o queijo de manteiga de Caicó é um ícone do do Seridó potiguar, e sua produção remonta às tradições de gerações passadas. Para Isaías Fernandes (Didi), presidente da Amaqueijo e produtor da Queijeira do Zaca, de São João do Sabugi, a busca pela Indicação Geográfica é mais do que um projeto econômico: “É uma questão de amor. O queijo de manteiga do Seridó é uma tradição criada pelos nossos avós e bisavós, e hoje, muitos produtores da região se reúnem para garantir que essa tradição não se perca”, afirmou.

Ele destaca ainda o papel do Sebrae no processo de melhoria das práticas de produção e na regularização das queijeiras, facilitando a obtenção de certificações que permitem a comercialização do produto em todo o Brasil. “Hoje, já temos várias queijeiras com certificado do IDIARN e algumas com o Selo Arte. Isso é muito importante, porque podemos vender para qualquer lugar do Brasil, assegurando que nosso queijo artesanal seja reconhecido pela qualidade”, acrescentou.

O consultor do Instituto Inovates, Gabriel Beliqui, que acompanha o processo desde 2021 fez uma apresentação. Ele destacou que a reunião foi crucial para garantir que todos os documentos necessários para a IG fossem aprovados pelos queijeiros. “É uma construção coletiva com os produtores para que o pedido de registro da Indicação Geográfica seja formalizado junto ao INPI. Estamos fazendo isso com muito cuidado para que o produto seja reconhecido corretamente”, afirmou.

O Sebrae-RN tem atuado junto aos produtores locais, oferecendo consultoria para melhorar a qualidade do leite, adotar boas práticas de produção e regularizar as queijeiras. Kessianny Souza, analista do Sebrae, explicou o impacto da IG: “A indicação geográfica vai contribuir para que esse produto tão especial seja cada vez mais valorizado, além de permitir o controle e rastreabilidade da produção, combatendo a falsificação e garantindo mais segurança para os consumidores”, afirmou.

Ela também recorda o longo caminho até a formalização da Amaqueijo: “Sem a criação da associação, nada disso seria possível. Tivemos um processo longo de conscientização para que os produtores tradicionais entendessem a necessidade do reconhecimento oficial do nosso queijo.”

O trabalho que começou com um diagnóstico realizado pelo Sebrae Nacional, em parceria com o Sebrae-RN, tem como objetivo não apenas valorizar o queijo de manteiga, mas também expandir a presença do produto típico do Seridó no mercado nacional. Com a IG, o Queijo de Caicó poderá figurar ao lado de outros produtos tradicionais que já possuem o selo de indicação geográfica, como o Melão de Mossoró e o Bordado de Caicó.

De acordo com pesquisa realizada pelo Data Sebrae, a prática de comprar diretamente dos pequenos produtores é comum entre os brasileiros, com quase 70% dos entrevistados afirmando que adquirem produtos diretamente nas feiras ou no próprio local de produção. Isso demonstra o potencial do queijo de manteiga de Caicó, que, com a IG, pode alcançar novos mercados, gerar mais empregos e proporcionar uma vida digna para as famílias que dependem da produção artesanal do queijo.

Foto: Diego Vale

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