Repertório da série Cajueiros destaca obras de grandes compositoras ao longo da história
A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) inicia sua temporada de 2025 com um concerto especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Intitulado ‘Compositoras em Concerto’, o evento acontece no dia 13 de março, às 20h, no Teatro Tobias Barreto, e marca não apenas a celebração da data, mas também o início das comemorações dos 40 anos da Orsse. A orquestra sergipana é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap).
A apresentação integra a série Cajueiros e traz um repertório que valoriza a presença feminina na música. Sob a regência do maestro Guilherme Mannis, a Orsse interpretará a Abertura nº2, da alemã Emilie Mayer (1812-1883), e a Suíte do Ballet ‘Callirhoë’, da francesa Cécile Chaminade (1857-1944). O programa se completa com a Sinfonia nº2, em Ré maior, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), obra que marca a transição entre o classicismo e o romantismo.
Os ingressos estão disponíveis online, por meio da plataforma Sympla, e na bilheteria do Teatro Tobias Barreto.
Temporada histórica
O concerto de abertura dará início a uma temporada especial, que comemora as quatro décadas de atividades da Orsse e contribuições para cultura sergipana. Para o maestro Guilherme Mannis, a apresentação será muito simbólica para o grupo. “Comemorar os 40 anos da Orsse aqui no palco do Tobias Barreto, com peças tão especiais, é um turbilhão de emoções. Desses 40 anos, participei de 19, sempre com muita alegria e dedicação. A Orsse se tornou um grande caldeirão de influências da sociedade sergipana, encantando o público tanto aqui em Aracaju quanto em outras cidades do interior”, conta.
A trajetória da Orsse é marcada pelo compromisso com a arte e com a formação de público, levando a música sinfônica a diferentes espaços e aproximando novos ouvintes do universo orquestral. Para Josemar Caetano, instrumentista do naipe de cordas e um dos membros mais antigos da orquestra, a relevância do grupo vai além dos palcos. “A Orsse é uma das melhores do Brasil, com concertos que exigem grande capacidade dos nossos músicos. Para mim, uma orquestra sinfônica é a maior expressão cultural de uma comunidade”, afirma.
Entre os músicos mais jovens, a Orsse representa a realização de um sonho. João Oliveira, violinista de 21 anos, vê na orquestra um espaço de crescimento e valorização da cultura sergipana. “Eu entrei na Orsse em 2023, quando tinha 19 anos. Foi o maior presente que eu poderia receber na minha carreira, a maior conquista até agora. De todos os lugares por onde passei no Brasil, em festivais e apresentações, sempre tenho muito orgulho de dizer que sou sergipano e que faço parte da Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe. Apesar de Sergipe estar um pouco distante dos grandes centros da música clássica no Brasil, aqui há músicos guerreiros, que trabalham muito e estão sempre dispostos a dar o melhor para o público”, conta.
O mesmo sentimento de pertencimento é compartilhado por Susan Rabelo, violinista da Orsse desde 2003. “São 22 anos dedicados a essa orquestra, e cada um deles me trouxe aprendizados. A Orsse me ensinou a ser a musicista que sou hoje, e tenho muito orgulho de fazer parte desse momento tão importante de sua história”, destaca.
Para o violoncelista Thiago Salvino, a conexão entre os músicos e o público é um dos fatores que fazem a Orsse se destacar. “Acredito que o público sente isso, sabe que aqui é literalmente uma família. A orquestra cresce a cada ano, não apenas no número de músicos, mas na identidade que constrói. Já passaram muitos músicos por aqui que hoje levam seu talento para outros estados, mas que continuam a fazer parte dessa história. Nós que estamos aqui seguimos contribuindo, nos esforçando ao máximo para entregar uma música de qualidade, seja uma grande sinfonia, um concerto temático ou mesmo trilhas sonoras que aproximam novos públicos”, enfatiza.
Foto: Thiago Santos