Foto: Igor Matias
Mostra reúne pinturas e esculturas inspiradas na memória de um sergipano que sonhava viver à beira-mar
O Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), inaugura no dia 8 de maio, às 19h, na Galeria de Arte J Inácio, localizada ao lado da Biblioteca Pública Epiphanio Dória, a exposição Vô Balbino, assinada pelo artista visual Fábio Sampaio. Esta é a segunda mostra individual contemplada pelos editais da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Composta por 26 trabalhos, entre pinturas, desenhos, objetos e esculturas, a mostra apresenta obras bidimensionais e tridimensionais que exploram o tema do deslocamento a partir da história de vida de Antônio Balbino, avô materno do artista, nascido às margens do Rio São Francisco, que sonhava em viver à beira-mar, mais precisamente em Aracaju. A exposição se constrói como uma viagem entre lembranças, afetos e paisagens que unem o sertão ao litoral.
Segundo Fábio Sampaio, a proposta é provocar uma imersão nas camadas de memória e identidade que formam a trajetória de muitas famílias sergipanas. “A investigação em torno do deslocamento propõe uma viagem interior por meio de sensações provocadas pelo espaço íntimo. É onde sobreponho lembranças de um ribeirinho que se tornou homem do mar, mantendo sua cultura, comportamento e crenças intactos, como tantos conterrâneos que vivem a mesma transição entre interior e capital.”
Sobre exibir suas obras na Galeria J Inácio, o artista destaca o simbolismo do espaço e sua relação com a poética da mostra. “Certas obras pedem elementos que estão presentes no local onde serão expostas. A referência a J Inácio carrega um sentido poderoso que amplia o contexto da obra. É sempre uma honra e um desafio ocupar esse espaço que tem a marca de um artista tão importante.”
Após a abertura, a mostra segue aberta para visitação até o dia 30 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Sobre o artista
Fábio Sampaio é artista visual, nascido em São Paulo em 1971. Em 2025, representou o Brasil na Bienal de Arte de Gaia, em Portugal, e em 2001 participou da Bienal de Arte Contemporânea de Florença, na Itália. Em 2019, realizou a exposição individual (Ser)Tão Eu na Bélgica, e integrou a Galeria de Arte Lusófona da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 2021. Sua obra é tema de dois livros publicados pelo curador Mário Britto: Self Dreams (2014) e (Re)Invenção da Paisagem Doméstica (2017).
