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Profissional de Enfermagem orienta o que fazer em caso de acidentes e alerta para os riscos de manusear fogos de artifício e fogueiras nesta época do ano
Com a chegada do mês de junho, as tradicionais festas juninas enchem o Brasil de alegria e celebrações, acompanhadas de fogueiras, balões e fogos de artifício. No entanto, essas tradições podem trazer riscos, especialmente quando se trata de incêndios e queimaduras. Para orientar a população sobre como agir em caso de acidentes, o enfermeiro intensivista e docente do curso de Enfermagem da Estácio, Mikael Flambertto, compartilha primeiros socorros essenciais para o cuidado imediato.
“Em caso de queimaduras leves, classificadas de primeiro grau, onde a pele apresenta vermelhidão no local, o primeiro passo é lavar a área afetada com água corrente em temperatura ambiente ou fria por cerca de 10 a 20 minutos”, orienta Mikael. “Isso ajuda a reduzir a temperatura da pele e minimizar o dano aos tecidos”.
O profissional de Enfermagem recomenda também evitar o uso de substâncias como manteiga, pasta de dente ou óleo sobre o ferimento, pois podem agravar a lesão e aumentar o risco de infecção. “O ideal é cobrir a área com um pano limpo e umedecido com soro fisiológico ou água mesmo. No caso de queimaduras em grandes extensões do corpo, procurar atendimento médico urgente para uma avaliação mais detalhada”, explica o especialista.
Para queimaduras mais severas, o especialista alerta que o atendimento imediato é crucial. “Se a queimadura for profunda, de segundo ou terceiro grau, com bolhas grandes, ou se estiver afetando áreas extensas do corpo, é importante buscar socorro médico urgente. Não tente remover roupas grudadas à pele queimada e evite estourar bolhas, pois elas são uma barreira natural contra possíveis infecções”, adverte.
Internações e atendimentos por uso de fogos de artifício aumentaram em 2024
Entre janeiro e setembro de 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 288 internações e atendimentos hospitalares decorrentes de ferimentos causados por fogos de artifício. O número representa um aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023, que contabilizou 271 casos.
Os atendimentos ambulatoriais também cresceram: foram 112 vítimas de queimaduras provocadas por artefatos explosivos em 2024, frente a 102 no mesmo intervalo do ano anterior. Dados do Ministério da Saúde apontam ainda que, entre 2019 e 2022, o SUS contabilizou 1.548 internações por acidentes com fogos de artifício, uma média de um caso por dia. Os números reforçam a importância de campanhas de conscientização e cuidados redobrados, especialmente durante as festas juninas, quando o uso de fogos é mais frequente.