Campeão mundial está em quarto lugar no ranking mundial e, se continuar assim, vai para o WSL Finals em Trestles, na Califórnia

O Brasil tem, neste momento, apenas um surfista na zona de classificação para o WSL Finals, a etapa final do campeonato mundial de surfe, disputada de 6 a 14 de setembro: Italo Ferreira. Em quarto lugar no ranking, o campeão do mundo em 2019 ainda precisa, porém, garantir sua classificação para brigar por mais um título.

Com duas vitórias nas últimas três etapas, Italo Ferreira chegou a 34.045 pontos e subiu três posições no ranking da WSL. O australiano Ethan Ewing, com 31.995, é quem está mais próximo dele, mas Yago Dora e Gabriel Medina, em sexto e oitavo lugar, também brigam para se classificar para o Finals na Califórnia, nos Estados Unidos.

– Eu tive grandes momentos em Fiji desde a ultima vez que competi. Sempre tive bons resultados, performei muito bem, até porque é uma esquerda, a onda. Tem grandes chances de sair de lá com um bom resultado – completou.

Foto: Bruno Giufrida

No mesmo dia em que lançou sua marca de café, em um evento em São Paulo, Italo contou sobre sua preparação para a última etapa “regular” do campeonato mundial de surfe, em Fiji, que tem janela aberta até dia 29 de agosto. Depois de aprimorar o condicionamento físico no Brasil, o surfista viajou para Bali, na Indonésia, para pegar ondas parecidas com as da próxima etapa do mundial.

– Foi bom ter esse tempo para digerir as coisas, dar uma pausa, esquecer das minhas vitórias, dar um restart e aí seguir com novos planos para seguir no Finals – disse Italo Ferreira, em entrevista exclusiva ao ge, antes da viagem para a Indonésia.

Para confirmar sua ida à Califórnia, o surfista brasileiro precisa pelo menos torcer para seus adversários não irem bem nas ondas perfeitas das ilhas Fiji. Caso contrário, ele também precisará de um bom resultado, já que a diferença de pontos para Yago Dora, o primeiro fora da zona de classificação para o finals, é de apenas 2.500 pontos.

Independentemente da distância para seus adversários, o campeão das Olimpíadas de Tóquio tem tentado evitar pensar em pontuação. Ele confia em seu desempenho em Fiji para garantir a vaga no WSL Finals.

– Se você não fala (sobre a distância para os adversários), eu não ia ter lembrado (risos), mas é que eu estou vivendo momentos. Quando venci no Taiti, no Rio, eu só pensava naquilo. Em nenhum momento eu pensava em outras coisas. Hoje dá para planejar as situações. Estou um pouco mais maduro para conhecer os momentos. Em Fiji, eu tenho potencial para ter bons resultados. Só depende de mim. É só focar naquele momento e esquecer o resto.

“Bem-vindo, é assim que a gente vive”

Como comentarista da Globo durante as Olimpíadas, Italo Ferreira viu, à distância, o drama de Gabriel Medina em busca de uma boa onda na semifinal do surfe nas Olimpíadas de Paris, em Teahupoo, no Taiti. O brasileiro precisava de apenas 6.01 para virar sua bateria contra o australiano Jack Robinson e avançar para a final, mas o mar não deu oportunidades.

Italo disse ter ficado emocionado com o drama do companheiro de profissão e amigo, mas reconheceu: essa é a rotina do surfe.

– Eu até me emocionei, até falei pro Eve (Everaldo Marques), cheio de lágrima no olho, porque sabemos que esse é o momento mais difícil, quando você sabe que é capaz de fazer aquela nota. Isso é normal no nosso esporte. Para a galera que está chegando, bem-vindo, é assim que a gente vive. Tem hora que vem onda e tem hora que não vem, sem falar das outras coisas. Depois, o Jack passou pela mesma situação que o Gabriel passou, mas na final. É difícil quando você não tem a oportunidade no surfe – analisou Ítalo Ferreira.

Fonte: ge.globo