O filme é uma criação de Stéphanie Moreira, aposta em sutis referências ao mistério do axé e apresenta as joias desenvolvidas pela artista.
A aprendiz de joalheira e artista visual potiguar Stéphanie Moreira acaba de lançar o trailer do curta “Joias de Orixá”, construído em parceria com a filmaker potiguar Thamise Cerqueira. O trailer estará disponível muito em breve no perfil do Instagram @negrocharme.nc.
Resultado do desdobramento do processo criativo da coleção “Arte Sacra: Joias de Orixá”, contemplado pelo edital Re-farm Cria 2023 e pelo Edital de Seleção de Projetos Multiculturais da Lei Paulo Gustavo n.º 02/2023, o filme foi construído tendo como inspiração o sagrado cotidiano do candomblé.
“Cada corpo traz suas complexidades e é capaz de projetar mais de uma imagem dos deuses. Ali permanecem quem eles são, com as nuances do cotidiano que dão sentido a uma casa de axé e a uma comunidade religiosa de matriz africana. O roteiro e a escolha da locação para o filme foram guiados por essa lógica”, explica a artista Stéphanie Moreira.
“Esse trabalho parte do território e de suas experiências genuínas, onde o corpo cênico é formado por pessoas negras e de axé, algumas com experiência nas artes, outras inaugurando uma imersão em um processo criativo mais amplo. Contamos com a participação de crianças, jovens, adultos e pessoas mais velhas, interagindo diante das câmeras. Nossa locação foi principalmente construída no Ilê Olorum, utilizando o jardim, a cozinha e os quartos para a captação de imagens, além da oficina de Ogan Geraldo Paulino, que participou das filmagens e nos recebeu em sua casa. Ele é ferreiro e representou o orixá Ogum no trabalho”, completa Stéphanie.
Com sutis referências à magia e um trabalho de luz incrível, o curta dá visibilidade ao povo de santo e seus adornos tradicionais, apresentando as joias criadas pela artista, desenvolvidas em metais, materiais orgânicos, couro e elementos de suporte, como pedrarias, cristais e miçangas.
Com esse curta, Stéphanie Moreira inaugura um novo momento profissional ampliando seu repertório na proposição de filmes de arte e poesia que contam histórias afropotyguares. Uma primeira exibição foi realizada no Ilê Olorum para que a comunidade de axé pudesse conhecer o trabalho em primeira mão. A equipe agora trabalha na circulação do filme em circuito de festivais, que estreará compondo a Mostra de Cinema Florescer nas Telas – Mulheres em Ação no dia 25 de outubro, das 18h às 21h, na Casa da Ribeira em Natal/RN.
O filme “Joias de Orixá” é realizado por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal. Conta também com o apoio da Casa Afropoty e do Re-farm Cria 2023. Mais informações podem ser acompanhadas pelo perfil do Laboratório Criativo Negro Charme no Instagram: @negrocharme.nc.
Sobre Stéphanie Moreira
Mulher preta potiguar, mãe, capoeirista e candomblecista. Atua há mais de 10 anos como empreendedora cultural no Nordeste brasileiro. É antropóloga, doutora em Estudos Étnicos e Africanos pelo Pós Afro/UFBA. Fundou o Laboratório Negro Charme em 2011, espaço criativo que fomenta a intersecção entre moda, arte e identidade. Desde 2017 atua como gestora de projetos criativos de impacto social através do Flor de Milho Quilombo de Artes, e lidera a Casa Afropoty, um hub de afroempreendedorismo formado por pesquisadores artistas interessados nas culturas afro potiguares e afro-brasileiras.
– Ficha Técnica Editorial Joias de Orixá
Direção Geral, Direção Criativa e Joias: Stéphanie Moreira
Equipe de Arte/Cenografia: Cláudia Moreira e Luka
Figurino: Luka
Maquiagem: Luka e Gaby Britto
Cabelo/Tranças: Stéphanie Moreira
Produção/Logística: Rayane Calixto
Apoio à Produção: Henrique Silva, Éric Medeiros, Robson Aquino, Thiago Oliveira e Jule Silveira
Fotografia/Audiovisual: Thamise Cerqueira
Assistência Fotográfica/Audiovisual: Carmim Paiva
Cobertura da ação: Milena Torres
Corpo Cênico: Gaby Britto, Will Freire, Vinícius Martins, Takará, Manhães, Cláudia Moreira, Luka, Geraldo Paulino da Silva, Luara Silva, José Fabrício de Lima, Rebecca de Lima, Samir Fagundes e Tito Mariano.
Foto: Cynthia Campos