Mesas temáticas com a presença de escritores brasileiros e de países de língua portuguesa, além de apresentações culturais, exposições e estandes de diversas editoras integram a programação da primeira edição do “Festival Literário Internacional da Paraíba – FliParaíba 2024”, realizada pelo Governo da Paraíba, por meio de diversas secretarias e órgãos em parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA). O Festival vai acontecer nos dias 28, 29 e 30 de novembro, no Centro Cultural São Francisco, no Centro Histórico de João Pessoa (PB), das 9h às 21h.

Um dos nomes confirmados na programação é o escritor angolano José Eduardo Agualusa. Ele participará da mesa “Reinterpretação dos clássicos: diálogo e interculturalidades”, no sábado (30), às 15h, juntamente com a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Sandra Luna. Agualusa nasceu em Huambo, Angola, em 1960. Estudou Silvicultura e Agronomia em Lisboa, Portugal. Escreve crônicas para o jornal brasileiro O Globo. É membro da União dos Escritores Angolanos e já teve seus livros traduzidos para mais de 30 idiomas. Pelo selo Tusquets da Editora Planeta do Brasil, publicou “O terrorista elegante e outras histórias”, livro escrito a quatro mãos com o moçambicano Mia Couto, além de “A sociedade dos sonhadores involuntários”, “O vendedor de passados”, pelo qual Agualusa venceu o Independent Foreign Fiction Awards, “Os vivos e os outros”, “As mulheres do meu pai”, “A rainha Ginga” e “Teoria geral do esquecimento”, finalista do Man Booker International Prize e cuja edição em língua inglesa recebeu o prestigiado International Dublin Literary Award. “Mestre dos Batuques” é seu romance mais recente. 

Sandra Luna é professora titular (aposentada) do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFPB. Tem doutorado e pós-doutorado em Teoria e História Literária (Unicamp, 2002, 2015). Como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPB de 2003 a 2021, integrou a linha de pesquisa Tradição e Modernidade. É autora dos seguintes livros: “Arqueologia da ação trágica: o legado grego” (2005); “A tragédia no Teatro do Tempo: das origens clássicas ao drama moderno” (2008); “Dramaturgia e Cinema: ação e adaptação nos trilhos de Um Bonde Chamado Desejo” (2009) e “Drama social, tragédia moderna: ensaios em teoria e crítica” (2012).

Com o tema “Camões 500 anos – uma nova cidadania para a língua”, o evento tem o objetivo de promover a literatura paraibana, o intercâmbio entre escritores do Brasil com outros de países lusófonos, além de estimular nos jovens o hábito da leitura e da produção literária. Para a realização do Festival foi formalizada a parceria com a APBRA em agosto, quando ocorreu, em João Pessoa, conferência com o mesmo tema.

Os três dias de programação incluem também apresentações musicais com orquestras e artistas paraibanos; exposições artísticas, entre elas uma com imagens que se reportam ao escritor Luís de Camões, autor do poema “Os Lusíadas”; e estandes de diversas editoras e livrarias com venda e lançamentos de livros.

A iniciativa do Governo da Paraíba ocorre por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Secretaria de Comunicação Institucional (Secom), Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Fundação Espaço Cultural (Funesc), Secretaria de Estado de Administração (Sead), Fundação de Apoio aos Deficientes (Funad) e Companhia de Processamentos de Dados (Codata), em parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA).

Pedro Santos, secretário de Estado da Cultura, afirmou que “a internacionalização da nossa produção cultural tem sido a tônica nesses últimos dois anos. Criamos o Edital Arte na Bagagem, que vem impulsionando a arte paraibana e permitindo aos nossos artistas alcançar novos palcos e plateias no Brasil e mundo afora. Temos estabelecido parcerias para promover uma programação especial para a Temporada Brasil – França, que acontece em 2025. Então, realizar um evento literário de dimensão internacional é mais uma iniciativa que demonstra o melhor momento que a Paraíba vive no setor cultural”.

Segundo o  presidente da APBRA, José Manuel Diogo, “a partir de Camões pensar o futuro, um futuro para a língua, uma visão desmaterializada, esses territórios para uma visão descolonizada: esse é o tema da nossa aventura de construir em João Pessoa, na Paraíba, um festival literário de referência a nível internacional, da língua portuguesa, do lugar onde hoje se constrói o futuro, o futuro que fala de democracia, que fala de descolonização, de aproximação e da relação crescente dos países de língua oficial portuguesa. O governador do Estado tem a capacidade de demonstrar, perceber que a riqueza da Paraíba tem uma projeção na cultura e que esse é um veículo essencial na promoção de um território extraordinário do Brasil junto aos outros povos”.