Reconhecimento do produto reforça a relevância da fruticultura potiguar; presidente do Coex-RN participa de oficina em São Paulo
O “melão de Mossoró”, produzido na região Oeste do Rio Grande do Norte, será destaque no Origens Brasileiras – VI Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas. Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex-RN), será um dos palestrantes na oficina com o tema “Do pomar ao mundo: o potencial das Indicações Geográficas de frutas no mercado”.
Promovido pelo Sebrae, o evento será realizado nos dias 28 e 29 de novembro, no Espaço Villa Lobos, em São Paulo. O encontro reunirá produtores, empresas, instituições, especialistas e interessados no universo das Indicações Geográficas (IG) e Marcas Coletivas (MC) brasileiras.
Com foco na valorização de produtos de origem controlada e na divulgação de sua relevância para o mercado, a programação incluirá conteúdos técnicos e boas práticas de gestão, reforçando o papel das IGs e MCs no desenvolvimento de territórios e na formulação de políticas públicas.
No Rio Grande do Norte, a região de Mossoró obteve, em 2013, o registro de Indicação de Procedência, uma modalidade de IG que reconhece o nome de um local que se tornou notório por produzir, extrair ou fabricar determinado produto, ou prestar determinado serviço. Esse registro contribui para manter os padrões de qualidade do produto e impede o uso indevido do nome da região por terceiros.
A IG do melão de Mossoró abrange os municípios de Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Areia Branca, Açu, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Ipanguaçu, Mossoró, Porto do Mangue, Serra do Mel, Tibau e Upanema, todos no Rio Grande do Norte.
Para Fábio Queiroga, o convite para participar do evento reflete a relevância da fruticultura potiguar em âmbito nacional, tendo o melão como o único produto alimentar da região com Indicação Geográfica. No evento, ele pretende destacar as qualidades do melão produzido localmente, que demonstram o diferencial da produção regional. “Esperamos gerar nesses dias novas negociações de frutas para nosso estado, além de apresentar as credenciais que nos qualificam”, afirma.
Sobre a importância do selo de Indicação Geográfica com a Indicação de Procedência, Fábio ressalta que esse reconhecimento está diretamente relacionado ao cumprimento de protocolos internacionais, que, nos últimos dez anos, têm impulsionado a expansão do mercado.
Atualmente, o Rio Grande do Norte conta com 25 produtores de melão voltados para exportação e mais de 50 com produções destinadas ao mercado interno. O estado é o maior produtor de melão do Brasil e também o maior exportador de frutas.
Sebrae auxilia no processo de Indicação Geográfica
De acordo com Michelli Trigueiro, gestora de Indicações Geográficas do Sebrae-RN, uma IG não é criada, mas reconhecida. “A conquista da IG é fruto do reconhecimento do mercado e do consumidor quanto à qualidade e especificações do produto. É algo que agrega valor e confere credibilidade ao produto”, explica.
O melão amarelo da região de Mossoró obteve o registro de Indicação de Procedência em 2013. Para alcançar essa certificação, foram necessários anos de estudos realizados em parceria entre o Sebrae-RN e o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex). Outro exemplo de IG no estado é o Bordado de Caicó, também conquistado com apoio do Sebrae-RN.
O Sebrae-RN oferece suporte técnico e consultoria para a estruturação do processo, que exige uma série de documentações. Vale lembrar que a IG só pode ser solicitada por entidades coletivas e pode ser classificada como Indicação de Procedência ou Denominação de Origem.
Foto: Ronildo Medeiros