O poeta, compositor e performer Philippe Wollney, um dos nomes de destaque da nova geração literária de Pernambuco, lançou recentemente suas obras Sambas sobre Escombros e O Livro dos Sussurros. Publicados em novembro de 2024, os livros exploram temas como história, cultura e ancestralidade, reforçando a conexão entre literatura, música e performance.
Em Sambas sobre Escombros, Wollney revisita 200 anos da história social e cultural do Brasil por meio de uma abordagem poética rica em transposição, colagem e polifonia. A obra reflete sobre questões como racismo, colonialidade, ancestralidade, crise ecológica e genocídio epistêmico. Inspirado no conceito de “amefricanidade” de Lélia Gonzalez e na “filosofia das macumbas” de Luiz Antônio Simas, o autor propõe uma visão plural e tensionada da brasilidade contemporânea.
Já O Livro dos Sussurros mergulha em 4 milênios de história da escrita e da leitura, misturando criação poética, misticismo e erotismo. Influenciado pela recriação literária do mito de criação tupinambá de Alberto Mussa, Wollney desenvolve uma cosmologia poética única, que transita entre o vazio primordial e a explosão criativa das vanguardas do século XX, buscando inaugurar novos ciclos no século XXI.
Além da literatura, Philippe Wollney também trabalha na interseção entre poesia e música. Para ele, ritmo, cadência e vocalização são elementos essenciais que conectam as duas artes. Essa relação é materializada em parcerias musicais com artistas como Isadora Melo, Lucas Torres e Valfrido Santiago, além de projetos colaborativos com o grupo Tertúlia.
O autor também se destaca por performances que exploram os limites entre oralidade e escritura. Entre seus trabalhos mais recentes estão Chã de Fogo (2018), realizada com Enoo Miranda e o DJ Ruan Freitas; Aquele Que Tudo Devora (2023) e Sambas e Outros escombros (2024) ambos em parceria com Thiago Pedro.
Nascido em Goiana-PE, em 1987, Philippe Wollney é vencedor do Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura de Pernambuco, com os livros Ruinosas Ruminâncias (2017) e O Livro dos Sussurros (2024). Reconhecido por suas obras inovadoras, o poeta explora formatos heterodoxos e publicações independentes, reafirmando sua posição como um dos autores mais consistentes de sua geração.
