Da terra do frevo para a terra do tango. Grupo centenário vai levar tradições culturais do estado para cidade polo em festivais multiculturais e que reúne muitos estudantes pernambucanos
Com 127 anos de existência e eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco, o Caboclinho Tribo Indígena Carijós do Recife embarca agora em uma nova jornada, desta vez, internacional. No dia 6 de dezembro o grupo aterrissa na Argentina com o projeto de Intercâmbio Cultural “O Som da Preaca na Terra do Tango”, numa integração com o El Rayo Misterioso, na cidade de Rosario, província de Santa Fé.
Ao total serão 12 brincantes, além de equipe de produção, para uma programação dividida em quatro dias com apresentações em teatro, universidades e parques. Em cada aula-espetáculo será explanado os elementos que compõem a manifestação cultural, a exemplo dos principais personagens, trajes, dança e musicalidade, além da interação com o público com uma apresentação final.
O projeto contempla ainda um intercâmbio com o grupo El Rayo Misterioso, um espaço independente e realizador de mostras e festivais multiculturais com uma diversidade de linguagens e formas. “Será uma oportunidade memorável de levar nossa cultura pernambucana e brasileira para além das fronteiras e fomentar novas plateias e públicos aos nossos eventos tradicionais, como o carnaval recifense”, ressalta Clébio Marques, produtor geral e CEO da Usina Produções.
O Intercâmbio Cultural “O Som da Preaca na Terra do Tango” acontece por meio de incentivo do Edital Funcultura Geral da Fundarpe/Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco. Ainda dentro de sua realização será garantida a acessibilidade comunicacional com intérprete de Libras.
“É o nosso primeiro intercâmbio internacional. Estamos muito felizes em levar toda nossa riqueza histórica centenária para outro país. Mostrar tudo que fazemos ao longo do ano, como construímos e pensamos o grupo. Para além disso, vamos aproveitar e aprender com eles, trazendo isso na bagagem que será somada ao nosso desenvolvimento construtivo coletivo”, defende o Mestre Anderson Santos, diretor da Tribo Indígena Carijós do Recife.
Situada a 300 km de Buenos Aires, Rosario reúne também muitos estudantes pernambucanos, que na hora do lazer se deliciam com os encantos da cidade banhada pelo Río Paraná. Seu lado Cultural é muito intenso. Tem sediado o “Encuentro Internacional de Cultura Popular”, entre os festivais importantes.
Sobre o Caboclinho Tribo Indígena Carijós do Recife
Fundado em 6 de março de 1897 pelo estivador Antônio da Costa, o Caboclinho Tribo Indígena Carijós comemora, este ano, 127 anos de lutas e glórias. Patrimônio Vivo de Pernambuco, título outorgado pelo Governo do Estado, há mais de doze décadas a agremiação mantém vivo o trabalho social, o registro e a preservação das expressões culturais do carnaval pernambucano.
São homens, mulheres e crianças que apresentam vigorosas coreografias em ritmo marcado pelo estalido das PREACAS (espécie de arco e flecha de madeira). É a maior detentora de títulos carnavalescos do Recife. Dentre os mais importantes, destacam-se: hexacampeã, de 1970 a 1975; tricampeã, de 1980-1982; novamente hexacampeã, de 1987 a 1992. É bicampeã do Grupo Especial (2017 e 2018).