Fim de ano com artes cênicas e muita diversidade cultural é a proposta da 4ª edição do Festival Internacional da Casa da Ribeira (FICA), que será realizada de 26 a 29 (quinta a domingo), com o tema “Artes da Cena e do Ser”. Após a primeira etapa em Mossoró, na semana passada, o projeto chega a capital potiguar com uma programação especial de quatro dias, reunindo espetáculos teatrais de vários estados (e de fora do Brasil), todos alinhados por temáticas inclusivas.
O evento será aberto na quinta-feira (26) com o 6° Festival de Cenas Curtas da Casa da Ribeira, às 20h. A programação contará com pequenas cenas de interpretações cômicas, trágicas, com falas ou não, nas linguagens de teatro, dança, performance, slam e seus híbridos, com no mínimo 10 e no máximo 20 minutos de duração. O recorte temático desta edição é “Negra Diversidade”, com cenas que vão abordar questões ligadas à negritude e/ou LGBT+.
Na sexta (27) será apresentado o espetáculo “A Força da Água”, do grupo Pavilhão da Magnólia, de Fortaleza (CE). A peça, ao estilo do teatro documental, traça o caminho historiográfico da seca cearense, desde as promessas de Dom Pedro, passando pelo genocídio nos campos de concentração e no caldeirão, até o tempo presente quando se descobre que a água não é um direito constitucional.
No sábado será a vez de “Teu sangue, meu sangue”, às 18h, performance de Jinarla, direto de João Pessoa (PB). Em seguida, às 19h, será a vez de “Ossos: Cena Inacabada”, de Ana Cláudia Viana, de Natal (RN) e, para encerrar a noite, às 20h, apresentação do espetáculo internacional de dança “Íris”, de Clarissa Rêgo e Thilo Seevers (Graz/Áustria).
A programação do domingo (29) vai começar contemplando a criançada, às 17h, com o espetáculo “Piruá de circo”, do palhaço Piruá, apresentando números de malabarismo, equilibrismo, magia e ciência. Às 18h será a vez de “Parahyba Rio Mulher”, teatro de rua de João Pessoa (PB). E encerrando a programação, “Reino dos bichos e dos animais, esse é o meu nome”, espetáculo do coletivo de dança CIDA. Livremente inspirada nas poesias de Stella do Patrocínio, mulher preta que viveu quase trinta anos em ambiente manicomial.
Rede criativa
O projeto FICA Natal visa o desenvolvimento das artes cênicas locais e da rede produtiva criativa. Contempla também um programa de acessibilidade (com audiodescrição e intérprete de libras) e ampliação do acesso com ações integradas, garantindo a facilitação a artistas e públicos diversos. A presidente da Casa da Ribeira, Alessandra Augusta, afirmou que após um ano difícil, a melhor coisa é encerrar 2024 com um projeto tão importante para a cena teatral potiguar.
“É um projeto importante no que se refere à formação, educação e fomento das cadeias produtivas e os arranjos produtivos locais, em seus vários segmentos culturais. Firmamos e seguimos com o propósito de ocupar a Casa, ampliando o olhar para a negritude e a comunidade LGBTQIAPN+”, declarou Alessandra, ressaltando que esse será o recorte durante os próximos quatro anos.
Henrique Fontes, diretor social da Casa da Ribeira, ressaltou que o festival deseja ser uma boa opção de cultura e lazer no período entre o Natal e o ano novo. “Queremos muito ver a Casa cheia. Teremos artistas nacionais e internacionais, algumas apresentações em suas fases experimentais, outras já vistas pelo público. A programação está bem interessante”, disse.
Serviço:
4º Festival Internacional da Casa da Ribeira (FICA). De 26 a 29 (quinta a domingo), na rua Frei Miguelinho. Informações e links para ingressos no perfil @casadaribeira (Instagram).
