Você já ouviu falar da “fofofauna”? Esse termo é utilizado para se referir a animais considerados “fofos”, que despertam um sentimento de afeto nas pessoas. Capivaras, saguis (macacos), golfinhos, peixes-boi, papagaios, tartarugas marinhas, timbus e jaguatiricas são alguns dos animais da fofofauna brasileira.
Esses bichos são diretamente impactados pela perda de seu habitat natural e, com isso, alguns deles podem se aproximar de resquícios de matas e florestas próximas a áreas urbanas. Apesar de carismáticos, eles podem transmitir doenças, conhecidas como zoonoses, aos seres humanos que entrarem em contato com eles. Entre elas, estão a raiva, a febre amarela, a leishmaniose e a febre maculosa.
A assessora da gerência geral de Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas-PE), Bárbara Lopes, destaca três orientações para evitar interações inadequadas com animais silvestres. “Mantenha uma distância segura, resguardando a integridade tanto dos humanos quanto dos animais. Ao se sentirem ameaçados, eles podem morder e arranhar para tentar se defender; evite alimentá-los, especialmente com produtos ultraprocessados, que são incompatíveis com suas dietas naturais; não perturbe os animais, pois práticas como atirar objetos ou gritar para atrair atenção são prejudiciais a eles”.

Caso haja incidente envolvendo arranhões, mordidas ou lambeduras, a recomendação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima da sua residência e seguir os protocolos estabelecidos para evitar complicações.
Outro ponto negativo do contato direto com os seres humanos é o risco de intensificação do tráfico de animais silvestres. Muitas pessoas podem se interessar em criá-los de forma doméstica, causando um desequilíbrio ainda maior no ecossistema.
Bárbara lembra ainda que atentar contra a vida de animais silvestres é proibido por lei. “É fundamental compreender que esses animais desempenham papéis ecológicos cruciais e que estabelecer limites na convivência com a fauna silvestre é essencial para evitar riscos. Embora esses bichos possam ser portadores de agentes infecciosos, como vírus, bactérias e parasitas, isso não justifica práticas como matar o animal, que constitui crime ambiental e não elimina os riscos sanitários A convivência responsável é uma premissa para a preservação da biodiversidade e a promoção da saúde pública”.